terça-feira, 15 de novembro de 2011

Bebidas alcoolicas em assentamentos

Que a paz de Oxalá esteja com todos

Quero dizer a todos os irmãos que estou muito contente pois já estamos quase fazendo um ano que o blog foi criado no dia 17 de fevereiro de 2008 e estamos com 18 mil postagens, estabeleci uma meta de alcançar 20 mil postagens será que conseguiremos? Fica o meu pedido que vocês todos que acompanham o blog divulguem para o seu amigos para podermos alcançar esta meta.
A postagem de hoje é muito ampla pois a bebida alcoólica é muito utilizada em vários templos e para várias finalidade, hoje quero falar do uso da bebida alcoólica nos assentamentos.
Primeiramente assentamento é um agrado feito aos Orixás ou entidades para determinado fim, alguns terreiros chamam de obrigação ou oferenda. Qualquer assentamento deve respeitar aquilo que a entidade ou o Orixá usa ou gosta,isto é, ferramentas que o Orixá utilizará para determinado fim.
Para o pleno sucesso do assentamento devemos manipular os quatro elementos principais: Água, Fogo, Terra e Ar. Por exemplo:
Num assentamento para o Caboclo X assentamos normalmente frutas, o sumo da fruta já é a Água contida no assentamento, o fogo pode ser as velas, o ar pode ser usado um incenso e a terra é onde foi assentada a oferenda, não podemos esquecer que na maioria dos assentamentos aos Caboclos utilizamos o vinho. Mas para que serve o vinho?
Conhecemos os quatro elementos, mas existe um outro elemento que chama-se éter, o éter aqui falado nada mais é que o agente movimentador, o manipulador da mesa assentada pode ser ele a fé ou o amor, ou até na magia negra o ódio. A bebida alcoólica serve como ponte de ligação do éter é ela que faz a movimentação da mesa, note que difícilmente se tem um assentamento sem a bebida alcoólica ouso até dizer que seria impossível um assentamento não ter o uso da bebida, salvo o caso das almas onde a bebida ofertada na maioria das casas é a água e das crianças que é o guaraná. segue abaixo algumas bebidas utilizadas frequentemente nos assentamentos e suas ligações.

Água-> utilizada para as almas e para Oxalá
Vinho Tinto Seco-> Caboclos e Oxossí
Vinho Tinto Suave-> Pretos-Velhos* e Xangô
Cerveja Clara->Boiadeiros* e Ogum
Vinho Licoroso-> Obaluaye
Licor-> Mamãe Oxum
Champagne Branca-> Iemanjá
Guaraná-> São Cosme e Damião e Crianças
Pinga (marafo) -> Baianos*
Batidas-> Baianos*
Água de coco-> Baianos*, alguns Caboclos e algumas crianças.
Conhaque-> Marinheiros*
Run-> Marinheiros*
Wisky-> Exus*
Champagne Rosê (vermelha)-> Pomba-Gira*
Café-> Pretos-Velhos*

* Dependendo da linha da entidade varia.

Que Oxalá nos abençoe sempre

Bebida alcoolica

BEBIDA ALCOÓLICA

Olá irmãos


Que a paz de Oxalá esteja com todos


Achei um texto muito interessante, vale a pena ler.

"Em alquimia, como o nome já sugere é considerada a 5ª essência dos elementos.

É um elemento que desagrega e separa a substância etérea ao mesmo tempo em que estabiliza um padrão que pode ser de origem mental ou conciêncial. Sendo a 5ª essência, equivale, portanto, ao plano mental de quem o esta manipulando, constituindo um excelente veículo na composição de medicamentos principalmente homeopáticos e outros.

Na Umbanda, cujos Sagrados Orixás constituem a consciência Divina dos elementos planetários e suas egrégoras somatizadas, observamos uma constante transmutação entre um elemento e outro e uma integração entre “vida e morte”, ou melhor, transferência de uma dimensão para outra em diversos estágios de tempo.

No trabalho em Templos Umbandistas, eles aceleram o processo, extraindo essências de ervas,
das flores e também das pessoas, tocando, repondo, transferindo e transmutando para um padrão elevado de acordo com o padrão mental das pessoas que buscam auxílio e dos que dirigem o ritual.

Já, nos trabalhos da esquerda (quimbanda), os elementos são mais densos e compactos, exigindo muito esforço para transmutar e extrair fluidos. Por isso é preciso saturar o ambiente utilizando o éter ou álcool para romper e movimentar os elementos astrais agregados.

Os processos de magias e formas pensamentos de baixa vibração, muitas vezes são sustentados por poderosos regentes do plano astral inferior e mantidos por pessoas possuidoras de ódios, sentimentos de vingança, inveja, etc.

No entanto, para desfazer e desagregar esses processos torna-se necessário utilizar os mesmo elementos usados para agregar. Porém, há variações em termos de quantidade, dependendo do poder mental e acessória espiritual de quem se predispor a inverter estes processos.

É preciso entender que os seres evocados para realizar a magia atuam como elementos neutros. Quanto à intenção, atendem ao poder mental de quem os solicita, ocupando uma faixa de freqüência baixa com seres do astral inferior, que aproveitam tudo o que venha a sustentar seu meio de ação.

No caso da utilização da bebida alcoólica, os Regentes da Quimbanda utilizam tanto para agregar como para desagregar substancias e formas astrais, como também formas pensamentos de origem inferior, pois estes são imediatamente atraídas pelas substancias etéreas contidas no álcool.. Cabe aos Regentes da Luz, utilizar elementos de natureza superior para elevar estas freqüências e eliminar as tendências negativas de cada caso.

De qualquer forma o éter extraído do álcool, também é um elemento neutro que se torna poderoso agente quando submetido às forças do pensamento que atrai esses agentes do plano astral.

Quando uma entidade espiritual ou Orixá é invocado, sintoniza com as intenções mentais e sentimentais dos envolvidos, atraindo para o seu centro de força, todo tipo de miasmas e larvas astrais..

Para centralizar as intenções para o bem, precisa movimentar o éter extraindo dos elementos por eles solicitados visando controlar estes seres inconscientes, em certos casos eliminá-los completamente, no caso de desmanche de magias.

O álcool, por ser um agente poderoso quando ativado deve ser usado com parcimônia. Nunca além do necessário, pois, pode levar a inconsciência se usado com excesso. De qualquer forma é prudente evitar oferecer qualquer bebida alcoólica antes de ser solicitada pela direção de um Guia Espiritual, um Guardião de Lei, para evitar a invasão de forças indesejáveis de ambientes impregnados. Dirigido por uma Entidade Espiritual responsável, haverá um direcionamento correto, visando o fim desejado, pois, o mesmo agirá dentro da Lei Maior que representa.

Outro fator é que ao se submeterem ao contato com a nossa dimensão, estas entidades usam as energias do seu próprio campo de forças para interagir com o campo mental e intencional dos seres humanos e, para manterem seus corpos espirituais de manifestação. Corpos astrais, Etéricos e Mentais, precisam repor suas energias, por isso são solicitadas as oferendas que inclui um catalisador, no caso de Guardião a pinga e da Guardiã a Sidra (não utilizar o champanhe; deve ser a sidra, pois é feita de maçãs), liberando o éter para facilitar a reconstituição dos mesmos.

Essas oferendas colocadas em seus campos de forças específicos, devem ser acompanhadas de pensamentos equilibrados e firmes. Deve-se pensar coisas boas como a cura de alguém que precisa de ajuda, levantar os caídos nas lidas humanas, etc., enfim, pensamentos altruístas; isto também ajuda a fortificar e iluminar o caminho evolutivo da entidade ou das entidades solicitadas para atender os pedidos.

Quanto à ingestão de bebidas pelos médiuns, a princípio deve ser evitada ao máximo, a não ser que a entidade atuante em caso de desmanche de magias muito fortes, tenha que limpar fluidos absorvidos pelos chacras do médium, atingindo seus órgãos internos, no entanto sem desmandos desnecessários, bastando somente um ou outro pequeno gole, que já bastará para acionar o éter alcoólico necessário manipulação energética e magística.

Os Guias Espirituais nunca utilizam álcool para alimentar seu vicio e nem mesmo o vício do médium. Lembre-se que a utilização é somente para efeitos terapêuticos físico-espirituais e mesmo assim com muita sobriedade, sem desmandos e exageros, pois se preocupam com o bem estar físico e espiritual de seus médiuns.

No entanto o Sacerdote Umbandista pode usar outros meios e elementos ritualísticos para efetuar essa “limpeza”, evitando ao máximo a ingestão de bebida alcoólica.

A utilização de bebidas alcoólicas deve ser realizada de forma discreta e longe do público externo para evitar interferências de pessoas despreparadas mentalmente.

A Doutrina Umbandista nada proíbe, mas mostra ao homem através da fé racionada, que ele é livre para realizar seus desejos, mas deve ter consciência das conseqüências boas ou más de seus atos. O ato de beber jamais fez bem a quem quer que seja. É através dos alcoólicos que as regiões infernais mais se abastecem de energia. Os danos da bebida são terríveis, pois são repassados pelos exemplos dos pais para os filhos, dos médicos para os pacientes, dos umbandistas viciados para os seus seguidores. Todo Umbandista que se encontra engajado nos labores mediúnicos, seja qual for a ocupação, deveria abdicar do uso dos alcoólicos em seu regime alimentar. Isto porque o álcool traz múltiplos inconvenientes para a estrutura da mente equilibrada e dos chacras, considerando-se suas toxidez e a rápida digestão de que é alvo, facilitando grandemente que, de modo fácil, o álcool entra na corrente sanguínea do individuo, fazendo seu efeito característico.

Mesmo os inocentes aperitivos devem ser evitados, tendo-se em mente que o médium é médium as vinte e quatro horas do dia, todos os dias, desconhecendo o momento em que o Mundo Espiritual necessitará da sua cooperação.

Além do mais, quando se ingere uma porção alcoólica, cerca de 30% são rapidamente eliminados pela sudorese e pela dejeção, mas cerca de 70% persistem por muito tempo no organismo, fazendo com que alguém que, por exemplo, haja-se utilizado de um aperitivo na hora do almoço, à hora da atividade noturna não esteja embriagado, no sentido comum do termo, entretanto, estará alcoolizado por aquela porcentagem do produto que não foi liberada do seu organismo. Segundo a ciência oficial, a cada dose de bebida alcoólica ingerida, um neurônio cerebral é destruído.

Finalizando:
o álcool no organismo faz com que os dutos energéticos estejam sobrecarregados de matérias tóxicas e o que você passará, através de passes, a título de fluidos regeneradores, serão na verdade fluidos envenenadores. Portanto.

Alguém poderia calcular a toxidade adquirida pelo médium através da grande ingestão de bebidas alcoólicas por parte de pretensos guias incorporados?

Qual o motivo plausível e espiritual de uma entidade espiritual ingerir grandes quantidades de bebidas alcoólicas?

Porque será que alguns “guias” pedem whisky, Vermont, campari, batidas de coco, conhaque, cerveja, malzibier, etc, etc, etc.???

Alguma coisa esta errada; ou esses “guias” não vêem a hora de incorporar num médium, para poder bebericar a vontade, inclusive escolhendo bebidas diferente e exóticas.?

    

Meditem!"

Texto retirado de um grupo de discussão sobre religião.
fonte:blog papo de umbanda
Que Oxalá nos abençoe sempre


Saravá .'

Bruxa de Evora

Pois Bem ontem falamos do Bruxo mais conhecido, hoje falaremos da Bruxa.

"EM UM TEMPO MUITO DISTANTE, APROXIMADAMENTE 2500 ANTES DO NAZARENO, EM ALGUM POVOADO DA ERA ANTIGA HAVIA UMA BELA MULHER CONHECEDORA DOS SEGREDOS OCULTOS DA MAGIA. TRABALHAVA COM A NATUREZA,ERVAS,FLORES,ELEMENTAIS E TODO O TIPO DE ALQUIMÍA.TINHA O PODER DE FALAR COM OS ANIMAIS, USAVA SEU TOTTEN A FAVOR DAQUELES QUE A PROCURAVAM NECESSITADOS DE UMA MAGIA PODEROSA AFIM DE RESOLVER SUAS AFLIÇÕES.APESAR DE TEMIDA,AS PESSOAS SEMPRE BUSCARAM CONHECER OS PODERES DESSA BRUXA. SEUS FEITIÇOS,SORTILÉGIOS,BANHOS,AMARRAÇÕES,CONJUROS ETC...COM A FINALIDADE DE OBTER CURA,PROTEÇÃO E SUCESSO NO AMOR E NA VIDA.SENHORA CONHECEDORA DOS MAIS DISTINTOS MEIOS DE FAZER COM QUE O CONSULENTE LEVE O QUE REALMENTE VEIO BUSCAR.TEM O PODER DE ABRIR PORTAIS ATRAVÉS DE EVOCAÇÕES E INVOCAÇÕES.OS TEMPOS ATUAIS MUITOS SÃO SEUS SEGUIDORES E DEVOTOS POR TEREM COMPRAVADO A EFICÁCIA DE SUAS MAGIAS ENTRE A LUZ E AS TREVAS."

Évora viveu em Portugal entre os anos de 1700 a 1800, acredito que não é "Évora" e sim Nanaime que é a essência da magia de Évora que foi apenas mais um dos corpos que Nanaime viveu.
Évora morreu como sempre morre uma grande mulher, traída pela parte que lhe é mais frágil o coração, o que continuará acontecendo vida após vida até que seja quebrado o que não se deve mudar.
Nanaime fez-se apaixonar por um homem deus não me recordo perfeitamente o seu nome, pois tantos deuses já morreram e tantos outros já foram criados de tempos em tempos, isso ocorreu nas terras altas e o semideus a quem ela decidiu ser a mulher era um guerreiro, acredito que Normando, mas não posso afirmar com exatidão ele portava uma espada sagrada e podia controlar os ventos . Nanaime tinha um grande plano, como era mortal decidira se unir a um semideus para ter uma cria que se manteria durante toda a eternidade, por ser uma senhora da magia sabia que para ter o amor verdadeiro teria que amar realmente, fez o que deveria ser feito e a partir desse momento passou a amar o semideus.Sua vida em conjunto durou alguns anos e mesmo amando esse senhor ela não conseguia gerar a sua cria. Fez de tudo para que fosse gerado um filho, mas nada acontecia, e seu esposo como deus tinha suas responsabilidades e sempre estava excursionando por mares a serem descobertos. Nanaime antes que seu marido fosse de volta aos mares tirou um pouco do seu sangue e ofertou a uma deidade proibida requisitando que lhe fosse dado um filho. O filho foi concebido três meses após a saída dele em uma jornada, mas o filho era dele mesmo, mas Nanaime não tinha como comprovar a sua fidelidade. Ele voltou, Nanaime esta preste a ter o filho, ele condenou Nanaime a morte por adultério e logo após o nascimento de sua filha foi morta por ele e seu corpo foi cortado em varias partes por sua espada e seus membros jogados ao mar, sua filha foi banida até os 14 anos quando foi morta e enterrada aos pés de uma arvore sagrada para que de lá sua alma nunca mais pudesse escapar. (Dizem ser esse Semi-Deus: São Cipriano, O Bruxo)

Que Oxalá nos abençoe sempre


Saravá  .'.


"Semirombá"
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Umbral

Que a paz de Oxalá esteja com todos



Irmãos vamos falar hoje do Umbral zona que um dos Orixás que mais tem autonomia é Omulu e seus enviados, Exus e Pomba-Giras.


As histórias que chegam até nós a respeito do Umbral mostram um local de sofrimento como dificilmente podemos imaginar. Para falar mais sobre o assunto e esclarecer alguns pontos, conversamos com o médium e escritor Alceu Costa Filho, que vem publicando seus livros pela Petit Editora.
Natural de Bicas, Minas Gerais, o médium Alceu Costa Filho não apenas tem psicografado vários livros, mas também é capaz de realizar efeitos mediúnicos de natureza física, entre eles a materializaçào de espíritos. Foi por orientação de seus mentores espirituais que passou a se dedicar com exclusividade ao seu lado intelectual.
A mediunidade já foi percebida na adolescência e, segundo ele explica, não lhe faltou apoio da família. Foi nessa época que Alceu viajou com um amigo até Pedro Leopoldo, com o objetivo de conhecer Chico Xavier. Também teve a oportunidade de entrar em contato com José Pedro de Freitas, mais conhecido como Zé Arigó, que já chegou a ser conhecido como o médium de cura mais famoso do Brasil. Incorporando o dr. Fritz, Arigó dirigiu-se a Alceu, incentivando-o a prosseguir em seu caminho espiritual e dizendo-lhe para estudar. Os estudos e o trabalho espiritual resultaram, em 1983, na fundação do Cenáculo Espírita Fraternidade, em Belo Horizonte.
Alceu diz que os espíritos preparam-no para o trabalho de psicografia. "Sempre trabalhei com a psicofonia, emprestando minha voz aos espíritos, e recebendo, pela vidência e audiência, instruções e orientações, das quais sempre me considerei apenas e tão-somente um simples mensageiro". A tarefa da psicografia é seu objetivo fundamental, hoje. Já foi médium de efeitos físicos, atividade permitida, segundo explica, pelas entidades misericordiosas. Mas a mesma espiritualidade orientou-o no sentido de se afastar dessa linha de atuação, concentrando-se na obra literária. "Eu sou aposentado", ele explica, "e disponho, portanto, de tempo para me dedicar a essa tarefa, que realizo com muito carinho e respeito pelos espíritos, todos os dias, a partir das seis e quinze da manhã".
Ele diz que, no início, recebeu muitas mensagens, procurando orientação nas pessoas que sempre considerou médiuns exemplares. No entanto, foi a própria espiritualidade que se encarregou de motivá-lo e ampará-lo. "Eu vejo e ouço os amigos do outro lado, e não posso deixar de registrar minha gratidão pelas lições de vida que deles recebi. Os espíritos Filipe, Xisto Vinheiros, Cornélio Pires e Nina Arueira são aqueles aos quais estou servindo de intermediário, no momento".
O médium mineiro participou ativamente do movimento espírita mineiro e, hoje em dia, realiza seu trabalho de mediunidade no grupo que ajudou a fundar, realizando também tarefas de assistência social.
Amplamente usada por André Luiz através da psicografia de Chico Xavier, hoje faz parte da linguagem espírita para definir zonas de dor e sofrimento. Definida nos dicionários (Aurélio) como: “Limiar da Entrada”, este sempre existiu como conseqüência natural da mente humana. Na obra Nosso Larencontramos, nas palavras de Lísias: “O Umbral começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram atravessar as portas dos deveres sagrados a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano de erros numerosos”.
Nossos amigos espirituais nos orientam que estes postos de socorro, núcleos de atendimento e apoio são criados e sustentados por aqueles voltados ao bem que já de há muito dispõem de condições para trabalho em esferas mais elevadas, no entanto preferem servir na prática do amor onde a dor é mais aguda. Note-se que nos referimos às equipes existentes no plano espiritual. Como são inúmeras e evitando incorrer em erro, pois naturalmente omitiríamos, por esquecimento e por desconhecê-las, muitas, preferimos não citar aquelas que são de nosso conhecimento.
No Livro dos Espíritos, as questões 101 a 106 e seguintes, tratam bem do assunto, explicando-nos as diferentes categorias de espíritos. Portanto, os agrupamentos são determinados pelas afinidades vibratórias formando núcleos pela concentração de tendências e desejos gerais. Compreendemos que cada criatura vive daquilo que cultiva em qualquer dos planos da vida.A descrição de nossos mentores e irmãos espirituais, nas muitas obras que tratam do assunto, nos levam a crer que sim. Citaremos para referência as obras de André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier, e ilustraremos com as palavras de Manoel Philomeno de Miranda através de Divaldo, em Nas Fronteiras da Loucura: “...colônias específicas por sua maldade construídas, nas quais fazem supor tratar-se de purgatórios e infernos governados por verdadeiros gênios do mal...”.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Na Umbanda tudo pode?

Provavelmente uma das grandes riquezas da Umbanda (juntamente com a sua diversidade) é a sua tradição, passada de geração a geração. Sabemos, no entanto, que a Umbanda não é estática, assim como não é o Plano Espiritual, portanto ela não está parada no tempo.
No entanto, em nome dessa diversidade e desse movimento a que muitos acreditam a Umbanda estar submetida, ela é constantemente alvo de novas teorias e/ou técnicas que tentam se inserir em sua liturgia.
Fitoterapia, apometria, cromoterapia, reiki e outras tantas técnicas são trazidas para o seio umbandista.
A pergunta é: Isso é legítimo?
O mesmo se dá com teorias que tentam explicar o surgimento da Umbanda. Existem aqueles que defendem a tese de que a Umbanda surgiu na Atlântida, na Lemúria e até mesmo aqueles que acreditam que seres do espaço foram os responsáveis pela criação do culto umbandista.
Para os mais tradicionalistas já é difícil aceitar o advento de Zélio de Moraes e do Caboclo das Sete Encruzilhadas como o marco inicial da Umbanda, imagine então as teorias acima.
Diante dessa miscelênia toda, surge outra pergunta: Na umbanda tudo pode?
Cabe à Umbanda aglutinar todas as técnicas e teorias sobre sua própria origem (mesmo que não haja qualquer comprovação científica ou mesmo espiritual para essas teses)?
Esse movimento que parece renovar a Umbanda não acabaria por descaracterizá-la?
Ou, contrapondo as questões acima, na tentativa de ser imparcial, seria tudo isso uma forma de tornar a Umbanda cada vez mais universalista e assim agregar os mais diversos segmentos religiosos e até esotéricos?
E, finalmente, tudo isso não seria uma forma de desprezar a tradição cultural brasileira, à qual a Umbanda está intimamente ligada e na qual encontra-se grande parte de suas raízes?
A última questão (e talvez a que mais me causa preocupação) é: até onde tudo será permitido dentro da Umbanda?
Até o momento em que ela deixar de ser Umbanda? Ou até que ela aglutine em si um contingente enorme de segmentos espiritualistas e esotéricos?
O tempo dirá.

O número 7

Como professor de matemática que sou, e praticante da religião de Umbanda, também conhecida como a religião dos mistérios, não pude deixar de perceber a exaltação pelo número 7, pois, segundo a história conhecida da sua anunciação, no dia 15/11, e sua primeira reunião com esse nome, no dia 16/11 (1 + 6 = 7), pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, passei a notar coincidências ou não, por esse número considerado por muitos, místico.

Além disso, muitos consideram o número como sendo cabalístico, dentro de nossa religião, pois temos:
7 são as Nações que praticam a Umbanda
7 são as Linhas de cada Nação
7 são os
Orixás que comandam estas Linhas
7 são as Posições Fundamentais e
Liturgias na Umbanda
7 são as
rogatórias do Pai Nosso
7 cidades sagradas da
Índia
Vivemos mais rodeados do número 7, do que imaginamos, e podemos listar desde o entretenimento, passando pelas artes e chegando na religião e astronomia. É só questão do ponto de vista que olhamos.
Alguns exemplos: Aqui no Brasil dizem que os gatos têm 7 vidas, temos as 7 Maravilhas do Mundo Antigo - as pirâmides de Gizé, os jardins suspensos da Babilônia, a estátua de Zeus em Olímpia, o templo de Ártemis em Éfeso, o mausoléu de Helicarnasso, o Colosso de Rodes e o farol de Alexandria, e recentemente as 7 Maravilhas do Mundo Moderno - a Muralha da China, a cidade de Petra na Jordânia, a cidade de Machu Picchu no Peru, as pirâmides de Chichén Itzá no México, o Coliseu de Roma, o Taj Mahal na Índia e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
Continuando no entretenimento, no ano novo as pessoas costumam pular 7 ondas na praia, fazendo pedidos, que podem ter algo a ver com uma das 7 virtudes humanas - esperança, fortaleza, prudência, amor, justiça, temperança e fé. Quando temos chuva e sol ao mesmo tempo podemos ver as 7 cores do arco-íris - vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
O arco-íris pode inspirar uma pessoa a criar uma música usando as 7 notas musicais - dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Aliás, 7 são os anões da Branca de Neve - Mestre, Feliz, Dengoso, Soneca, Atchim, Zangado e Dunga -, e 7 também são os anões da Quadrilha de Morte - Clyde, Dum Dum, Yak Yak, Pockets, Zippy, Snoozy e Softy.
Existe, no ramo das artes o Manifesto das 7 Artes - música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura e cinema. E por isso o cinema é conhecido com a "sétima arte", porque é o sétimo dessa lista.
Tão grande é a utilização do número 7 em nosso dia-dia, que temos sua freqüência de utilização na filosofia, na matemática, na história, na geografia, no esoterismo, na teosofia e, principalmente na religião.
Citemos alguns exemplos e veremos como se aplicam o número 7 em nosso inconsciente, por exemplo, na geografia 7 são os mares navegáveis - mar Adriático, mar Arábico, mar Cáspio, mar Mediterrâneo, mar Negro, Golfo Pérsico e mar Vermelho. No cotidiano, 7 são os dias da semana, na teosofia temos os sete raios de luz ou
mestres ascencionados da sociedade secreta Grande Fraternidade Branca, sendo eles:El Morya -- Primeiro Raio, cor azul-celesteLanto -- Segundo Raio, cor amarelo-ouroPaulo Veneziano -- Terceiro Raio, cor rosaSeraphis Bey -- Quarto Raio, cor brancaHilarion -- Quinto Raio, cor verdeNada -- Sexto Raio, cor púrpura-douradoSaint Germain -- Sétimo Raio, cor violeta

No esoterismo temos os 7 elementais:
Arcanjos, Anjos, Devas, Silfos, Gnomos, Salamandras e Ondinas.
Porém para citar algo sobre a filosofia e religião temos que citar o livro do nosso irmão Alexandre Cumino, intitulado “Deus, deuses, divindades e anjos”, onde ele cita nas páginas 190 e 191, o seguinte:
“De acordo com Johhn Heydon, o sete é um dos números mais prósperos e também tem sido definido como o todo ou o inteiro da coisa à qual é aplicado; contudo, Pitágoras referia que o sete era o número sagrado e perfeito entre todos os números, e Filolau (século V a.C.) dizia que o sete representava a mente. Macróbio (século V d.C.) considerava o sete como o nó, o elo das coisas. O sete, por sua vez, é um número primo e também é o único de 1 a 10 que não é múltiplo nem divisor de qualquer número de 1 a 10.

O filósofo grego Platão de Egina (429–347 a.C.) no seu Timeu ensinava que, do número sete, foi gerada a alma do mundo. Santo Agostinho via nele o símbolo da perfeição e da plenitude. Santo Ambrósio dizia que era o símbolo da virgindade. Este simbolismo era assimilado pelos pitagóricos, entre eles Nicômano (50 d.C.), em que o sete era representado pele deusa Minerva (a virgem), que era a mesma Atena de Filolau (370 a.C.). Por outro lado, na Antiguidade associava-se o sete à voz, ao som, a Clio, musa da história, ao deus egípcio Osíris, às deusas gregas Nêmesis e Arastia e ao deus romano Marte.

Na Antiguidade, o sete já aparecia como uma manifestação da ordem e da organização cósmica.

Era o número solar, como é comprovado nos monumentos da Antiguidade: os sete planetas divinizados pelos babilônicos; os sete céus (ymgers) de Zoroastro; a coroa de sete raios e os sete bois das lendas nórdicas. Estes últimos eram simbolizados por sete árvores, sete estrelas, sete cruzes, sete altares flamejantes, sete facas fincadas na terra e sete bustos.

Com relação à Cosmologia, o Universo antigamente era representado por uma nave com sete pilotos (os pilotos de Osíris), e, segundo a escritora Nar­cy Fontes, nossa galáxia (Via Lác­tea) é formada por um Sol central, sete outros Sóis e 49 planetas (sete planetas para cada Sol).

A Lua passa por fases de sete dias: crescente, cheia, minguante e nova respectivamente.

Na tradição sânscrita, há freqüentes referências ao sete ou SAPTAS: Archishah – sete chamas de Agni; Arânia – sete desertos; Dwipa – sete ilhas sagradas; Gâvah – sete raios ou vacas; Kula – sete castas; Loka – sete mundos; Par – sete cidades; Parna – sete princípios humanos; Ratnâni - sete delícias; Rishi – sete sábios; Samudra – sete mares sagrados; Vruksha – sete árvores sagradas.

Na Teologia zoroastriana (Masdeís­mo, 550 a.C.), há sete seres que são considerados os mais elevados, são os Amchaspands ou Ameshaspendes (se­te grandes gênios): Ormazd ou Ormuzd ou Ahura- Mazda (fonte da vida); Brahman (rei desse mundo); Ardibehest (produtor do fogo); Shahrivar (forma­dor de metais); Spandarmat (rainha da terra); Khordad (governante dos tem­pos e das estações); Amerdad (gover­nante do mundo vegetal). Opostos a estes havia os sete Arquidevas (demô­nios ou poderes das trevas). Nesta Teologia masdeísta inicialmente exis­tiam sete graus iniciáticos no culto de Mitra:* corvo (Vênus), grifo (Lua), sol­dado (Mercúrio), leão (Júpter), persa (Marte), pai (Saturno), heliódromo (Sol ou corredor do Sol).

Mitra nasceu no dia 25/12, tinha como número o sete e em honra a ele havia os sete altares de fogo, deno­minados de sete Pireus.

Na Teologia romana, na corte do deus Marte ou Mars (Ares Grego), figu­ravam sete divindades alegóricas: Pallor (a Palidez); Pavor (o Assombro); Virtus (a Coragem); Honor (a Honra); Secu­ritas (a Segurança); Victoria (a Vitória); Pax (a Paz).

Na Teologia dos sumérios, a deusa Inana tinha de atravessar sete portas para chegar diante dos juízes do mundo inferior.

As tabuletas assírias estão repletas de grupos de sete: sete deuses do Céu; sete deuses da Terra; sete deuses das es­feras flamejantes; sete deuses ma­léficos; sete fantasmas; espíritos de se­te Céus; espíritos de sete Terras”.

Sendo assim, temos muitos motivos para abordar as divindades de Deus se­gundo o “Mistério do Número 7”, o que me é muito familiar também por ser umbandista, uma religião (Umbanda) que aborda seu próprio universo a par­tir do que chamamos “Sete Linhas de Umbanda”, em que se assentam os Ori­xás, divindades cultuadas na Umbanda”.

Concluímos com o texto do nosso irmão resumidamente falando sobre as diversas aplicações do número 7 em diversas áreas que a prosperidade do número reflete para nossa vida.

Podemos citar inúmeros acontecimentos descritos na Bíblia Sagrada acontecimentos com a freqüência do número 7, onde temos:
· Os 7 livros do
Antigo testamento: Livro de , Livro dos Salmos, Livro dos Provérbios, Livro do Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Livro da Sabedoria, Livro do Eclesiástico (Sirac);
· A criação do mundo em 7 dias;
· As 7
vacas, 7 espigas do sonho do Faraó, desvendado por José do Egito;
Sem contar os 7 pecados Capitais: vaidade, avareza, ira, preguiça, luxúria, inveja e gula , as os 7 sacramentos da igreja:
Batismo, Confirmação, Eucaristia, Sacerdócio, Penitência, Extrema-unção e Matrimônio, as sete dores de Nossa Senhora: A perda do menino Jesus no Templo, A fuga para o Egito, O encontro com Jesus na rua da amargura, A Crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo, A morte de Jesus Cristo, O Filho morto é colocado em seus braços O sepultamento de Jesus e as 7 chagas de Cristo.
Temos ainda, que Jesus em sua última suplica, tenha dito 7 palavras na cruz: "PAI EM TUAS MÃOS ENTREGO MEU ESPÍRITO"
Pensemos se, tal número condiz com o real, ou é somente coincidência?

Um diálogo entre Exu e Oxalá - por Douglas Fersan



O céu e a terra fundiam-se no horizonte distante, parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica.

Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.

_Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento – parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.

Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.

Exu suspirou.

_Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras, fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos negativos.

Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:

_Laroyê, Senhor Falante.

Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.

_Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento com a cabeça, em sinal de respeito.

_Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.

Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:

_Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens parecem não valorizar nosso esforço.

Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:

_Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador incansável e o amigo sabe disso. É com prazer que levo o que tem ser levado e retiro o que deve ser retirado. É com satisfação que abro ou fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu trabalho. Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual fui designado.

_Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que deixa-se abater pelo desânimo – comentou Oxalá, apoiando-se em seu paxorô.

Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos lábios.

_Não sou resignado nem tampouco estou desanimado – falou Exu – estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens. Veja só: como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa. Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos, mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada um dos seres que habitam a Terra. O aprendizado que tanto precisam lhes é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição enquanto a dor está a alfinetar sua carne. Com o alívio vem o esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.

Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.

_Ouça – disse Exu, colocando a mão em concha na orelha, como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor. E ambos ouviram o som que vinha da Terra. O som da inveja, dos maus sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância. Exu deu outra gargalhada e disse:

_Percebe? Temos trabalho por muitos séculos ainda.

_E isso não é bom? – perguntou Oxalá, que dessa vez não deixou Exu responder e continuou:

_Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual e da simplicidade do Universo. Se não desconhecessem tanto o funcionamento das coisas, seriam mais felizes.

_Não estão preocupados em discernir o bem do mal – resmungou Exu.

_E você está, Senhor Falante? – tornou Oxalá.

Mais uma vez Exu gargalhou.

_Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.

_Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?

_Eu conheço os caminhos – respondeu Exu um tanto irritado – para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em encruzilhadas. Para mim as portas nunca se fecham e as correntes nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam de bem daquilo que chamam de mal. Não sou maniqueísta, não sou benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel, pois sempre ajo dentro da Lei. Os homens, coitados, acreditam na visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua “complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal.

_Pobres homens – repetiu Oxalá.

_Pobres homens – concordou Exu – mesmo olhando o Universo de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do mal. E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.

_Mas é você o responsável pelo mal? – perguntou Oxalá, admirando o horizonte.

_Sou justo, apenas isso – respondeu Exu.

_Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? – tornou o maior dos orixás.
Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:

_Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o compõe, inclusive do Senhor da Justiça.

_Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?

_Imaginei que soubesse disso – respondeu Exu, irônico como sempre.

_Acho que sempre soube. Quando observo o horizonte e vejo o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar ligado ao espiritual. Mas também lembro que o sol vai raiar e acredito que apesar de todas as dificuldades que os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus corações. Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o quanto são frágeis e precisam de nós – e nesse momento pousou a mão sobre o ombro de Exu – sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão, pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam. O mesmo homem que hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro da luz.

Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro falasse, prosseguindo com sua narrativa:

_Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o benefício da luz. Se houvesse apenas a luz, não haveria o aprendizado, que tem como ponto de partida o desconhecimento, as trevas. O Universo tão simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos surpreendemos com sua magnitude. Os homens são frutos que precisam amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto certo da maturação e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.

_Quem diria que trabalhamos em harmonia? – disse Exu em meio a um sorriso – acreditam que vivemos a digladiar quando na verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da raça humana.

Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o contentamento:

_Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da raça humana, que tanto depende de nós.

Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no horizonte, separando o céu e a Terra. Exu levantou-se da sua pedra e se pôs a caminhar montanha abaixo.

_Aonde vai, Senhor Falante? – perguntou Oxalá, como se não soubesse.

_Vou trabalhar, Senhor dos Orixás – respondeu Exu gargalhando novamente – Esqueceu que sou um trabalhador incansável e que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a luz do sol?

Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido. Assim trabalhava o Universo: sempre em harmonia. Os homens, mesmo ainda presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e protetores