quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Na Umbanda tudo pode?

Provavelmente uma das grandes riquezas da Umbanda (juntamente com a sua diversidade) é a sua tradição, passada de geração a geração. Sabemos, no entanto, que a Umbanda não é estática, assim como não é o Plano Espiritual, portanto ela não está parada no tempo.
No entanto, em nome dessa diversidade e desse movimento a que muitos acreditam a Umbanda estar submetida, ela é constantemente alvo de novas teorias e/ou técnicas que tentam se inserir em sua liturgia.
Fitoterapia, apometria, cromoterapia, reiki e outras tantas técnicas são trazidas para o seio umbandista.
A pergunta é: Isso é legítimo?
O mesmo se dá com teorias que tentam explicar o surgimento da Umbanda. Existem aqueles que defendem a tese de que a Umbanda surgiu na Atlântida, na Lemúria e até mesmo aqueles que acreditam que seres do espaço foram os responsáveis pela criação do culto umbandista.
Para os mais tradicionalistas já é difícil aceitar o advento de Zélio de Moraes e do Caboclo das Sete Encruzilhadas como o marco inicial da Umbanda, imagine então as teorias acima.
Diante dessa miscelênia toda, surge outra pergunta: Na umbanda tudo pode?
Cabe à Umbanda aglutinar todas as técnicas e teorias sobre sua própria origem (mesmo que não haja qualquer comprovação científica ou mesmo espiritual para essas teses)?
Esse movimento que parece renovar a Umbanda não acabaria por descaracterizá-la?
Ou, contrapondo as questões acima, na tentativa de ser imparcial, seria tudo isso uma forma de tornar a Umbanda cada vez mais universalista e assim agregar os mais diversos segmentos religiosos e até esotéricos?
E, finalmente, tudo isso não seria uma forma de desprezar a tradição cultural brasileira, à qual a Umbanda está intimamente ligada e na qual encontra-se grande parte de suas raízes?
A última questão (e talvez a que mais me causa preocupação) é: até onde tudo será permitido dentro da Umbanda?
Até o momento em que ela deixar de ser Umbanda? Ou até que ela aglutine em si um contingente enorme de segmentos espiritualistas e esotéricos?
O tempo dirá.

O número 7

Como professor de matemática que sou, e praticante da religião de Umbanda, também conhecida como a religião dos mistérios, não pude deixar de perceber a exaltação pelo número 7, pois, segundo a história conhecida da sua anunciação, no dia 15/11, e sua primeira reunião com esse nome, no dia 16/11 (1 + 6 = 7), pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, passei a notar coincidências ou não, por esse número considerado por muitos, místico.

Além disso, muitos consideram o número como sendo cabalístico, dentro de nossa religião, pois temos:
7 são as Nações que praticam a Umbanda
7 são as Linhas de cada Nação
7 são os
Orixás que comandam estas Linhas
7 são as Posições Fundamentais e
Liturgias na Umbanda
7 são as
rogatórias do Pai Nosso
7 cidades sagradas da
Índia
Vivemos mais rodeados do número 7, do que imaginamos, e podemos listar desde o entretenimento, passando pelas artes e chegando na religião e astronomia. É só questão do ponto de vista que olhamos.
Alguns exemplos: Aqui no Brasil dizem que os gatos têm 7 vidas, temos as 7 Maravilhas do Mundo Antigo - as pirâmides de Gizé, os jardins suspensos da Babilônia, a estátua de Zeus em Olímpia, o templo de Ártemis em Éfeso, o mausoléu de Helicarnasso, o Colosso de Rodes e o farol de Alexandria, e recentemente as 7 Maravilhas do Mundo Moderno - a Muralha da China, a cidade de Petra na Jordânia, a cidade de Machu Picchu no Peru, as pirâmides de Chichén Itzá no México, o Coliseu de Roma, o Taj Mahal na Índia e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
Continuando no entretenimento, no ano novo as pessoas costumam pular 7 ondas na praia, fazendo pedidos, que podem ter algo a ver com uma das 7 virtudes humanas - esperança, fortaleza, prudência, amor, justiça, temperança e fé. Quando temos chuva e sol ao mesmo tempo podemos ver as 7 cores do arco-íris - vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
O arco-íris pode inspirar uma pessoa a criar uma música usando as 7 notas musicais - dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Aliás, 7 são os anões da Branca de Neve - Mestre, Feliz, Dengoso, Soneca, Atchim, Zangado e Dunga -, e 7 também são os anões da Quadrilha de Morte - Clyde, Dum Dum, Yak Yak, Pockets, Zippy, Snoozy e Softy.
Existe, no ramo das artes o Manifesto das 7 Artes - música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura e cinema. E por isso o cinema é conhecido com a "sétima arte", porque é o sétimo dessa lista.
Tão grande é a utilização do número 7 em nosso dia-dia, que temos sua freqüência de utilização na filosofia, na matemática, na história, na geografia, no esoterismo, na teosofia e, principalmente na religião.
Citemos alguns exemplos e veremos como se aplicam o número 7 em nosso inconsciente, por exemplo, na geografia 7 são os mares navegáveis - mar Adriático, mar Arábico, mar Cáspio, mar Mediterrâneo, mar Negro, Golfo Pérsico e mar Vermelho. No cotidiano, 7 são os dias da semana, na teosofia temos os sete raios de luz ou
mestres ascencionados da sociedade secreta Grande Fraternidade Branca, sendo eles:El Morya -- Primeiro Raio, cor azul-celesteLanto -- Segundo Raio, cor amarelo-ouroPaulo Veneziano -- Terceiro Raio, cor rosaSeraphis Bey -- Quarto Raio, cor brancaHilarion -- Quinto Raio, cor verdeNada -- Sexto Raio, cor púrpura-douradoSaint Germain -- Sétimo Raio, cor violeta

No esoterismo temos os 7 elementais:
Arcanjos, Anjos, Devas, Silfos, Gnomos, Salamandras e Ondinas.
Porém para citar algo sobre a filosofia e religião temos que citar o livro do nosso irmão Alexandre Cumino, intitulado “Deus, deuses, divindades e anjos”, onde ele cita nas páginas 190 e 191, o seguinte:
“De acordo com Johhn Heydon, o sete é um dos números mais prósperos e também tem sido definido como o todo ou o inteiro da coisa à qual é aplicado; contudo, Pitágoras referia que o sete era o número sagrado e perfeito entre todos os números, e Filolau (século V a.C.) dizia que o sete representava a mente. Macróbio (século V d.C.) considerava o sete como o nó, o elo das coisas. O sete, por sua vez, é um número primo e também é o único de 1 a 10 que não é múltiplo nem divisor de qualquer número de 1 a 10.

O filósofo grego Platão de Egina (429–347 a.C.) no seu Timeu ensinava que, do número sete, foi gerada a alma do mundo. Santo Agostinho via nele o símbolo da perfeição e da plenitude. Santo Ambrósio dizia que era o símbolo da virgindade. Este simbolismo era assimilado pelos pitagóricos, entre eles Nicômano (50 d.C.), em que o sete era representado pele deusa Minerva (a virgem), que era a mesma Atena de Filolau (370 a.C.). Por outro lado, na Antiguidade associava-se o sete à voz, ao som, a Clio, musa da história, ao deus egípcio Osíris, às deusas gregas Nêmesis e Arastia e ao deus romano Marte.

Na Antiguidade, o sete já aparecia como uma manifestação da ordem e da organização cósmica.

Era o número solar, como é comprovado nos monumentos da Antiguidade: os sete planetas divinizados pelos babilônicos; os sete céus (ymgers) de Zoroastro; a coroa de sete raios e os sete bois das lendas nórdicas. Estes últimos eram simbolizados por sete árvores, sete estrelas, sete cruzes, sete altares flamejantes, sete facas fincadas na terra e sete bustos.

Com relação à Cosmologia, o Universo antigamente era representado por uma nave com sete pilotos (os pilotos de Osíris), e, segundo a escritora Nar­cy Fontes, nossa galáxia (Via Lác­tea) é formada por um Sol central, sete outros Sóis e 49 planetas (sete planetas para cada Sol).

A Lua passa por fases de sete dias: crescente, cheia, minguante e nova respectivamente.

Na tradição sânscrita, há freqüentes referências ao sete ou SAPTAS: Archishah – sete chamas de Agni; Arânia – sete desertos; Dwipa – sete ilhas sagradas; Gâvah – sete raios ou vacas; Kula – sete castas; Loka – sete mundos; Par – sete cidades; Parna – sete princípios humanos; Ratnâni - sete delícias; Rishi – sete sábios; Samudra – sete mares sagrados; Vruksha – sete árvores sagradas.

Na Teologia zoroastriana (Masdeís­mo, 550 a.C.), há sete seres que são considerados os mais elevados, são os Amchaspands ou Ameshaspendes (se­te grandes gênios): Ormazd ou Ormuzd ou Ahura- Mazda (fonte da vida); Brahman (rei desse mundo); Ardibehest (produtor do fogo); Shahrivar (forma­dor de metais); Spandarmat (rainha da terra); Khordad (governante dos tem­pos e das estações); Amerdad (gover­nante do mundo vegetal). Opostos a estes havia os sete Arquidevas (demô­nios ou poderes das trevas). Nesta Teologia masdeísta inicialmente exis­tiam sete graus iniciáticos no culto de Mitra:* corvo (Vênus), grifo (Lua), sol­dado (Mercúrio), leão (Júpter), persa (Marte), pai (Saturno), heliódromo (Sol ou corredor do Sol).

Mitra nasceu no dia 25/12, tinha como número o sete e em honra a ele havia os sete altares de fogo, deno­minados de sete Pireus.

Na Teologia romana, na corte do deus Marte ou Mars (Ares Grego), figu­ravam sete divindades alegóricas: Pallor (a Palidez); Pavor (o Assombro); Virtus (a Coragem); Honor (a Honra); Secu­ritas (a Segurança); Victoria (a Vitória); Pax (a Paz).

Na Teologia dos sumérios, a deusa Inana tinha de atravessar sete portas para chegar diante dos juízes do mundo inferior.

As tabuletas assírias estão repletas de grupos de sete: sete deuses do Céu; sete deuses da Terra; sete deuses das es­feras flamejantes; sete deuses ma­léficos; sete fantasmas; espíritos de se­te Céus; espíritos de sete Terras”.

Sendo assim, temos muitos motivos para abordar as divindades de Deus se­gundo o “Mistério do Número 7”, o que me é muito familiar também por ser umbandista, uma religião (Umbanda) que aborda seu próprio universo a par­tir do que chamamos “Sete Linhas de Umbanda”, em que se assentam os Ori­xás, divindades cultuadas na Umbanda”.

Concluímos com o texto do nosso irmão resumidamente falando sobre as diversas aplicações do número 7 em diversas áreas que a prosperidade do número reflete para nossa vida.

Podemos citar inúmeros acontecimentos descritos na Bíblia Sagrada acontecimentos com a freqüência do número 7, onde temos:
· Os 7 livros do
Antigo testamento: Livro de , Livro dos Salmos, Livro dos Provérbios, Livro do Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Livro da Sabedoria, Livro do Eclesiástico (Sirac);
· A criação do mundo em 7 dias;
· As 7
vacas, 7 espigas do sonho do Faraó, desvendado por José do Egito;
Sem contar os 7 pecados Capitais: vaidade, avareza, ira, preguiça, luxúria, inveja e gula , as os 7 sacramentos da igreja:
Batismo, Confirmação, Eucaristia, Sacerdócio, Penitência, Extrema-unção e Matrimônio, as sete dores de Nossa Senhora: A perda do menino Jesus no Templo, A fuga para o Egito, O encontro com Jesus na rua da amargura, A Crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo, A morte de Jesus Cristo, O Filho morto é colocado em seus braços O sepultamento de Jesus e as 7 chagas de Cristo.
Temos ainda, que Jesus em sua última suplica, tenha dito 7 palavras na cruz: "PAI EM TUAS MÃOS ENTREGO MEU ESPÍRITO"
Pensemos se, tal número condiz com o real, ou é somente coincidência?

Um diálogo entre Exu e Oxalá - por Douglas Fersan



O céu e a terra fundiam-se no horizonte distante, parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica.

Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.

_Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento – parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.

Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.

Exu suspirou.

_Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras, fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos negativos.

Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:

_Laroyê, Senhor Falante.

Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.

_Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento com a cabeça, em sinal de respeito.

_Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.

Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:

_Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens parecem não valorizar nosso esforço.

Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:

_Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador incansável e o amigo sabe disso. É com prazer que levo o que tem ser levado e retiro o que deve ser retirado. É com satisfação que abro ou fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu trabalho. Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual fui designado.

_Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que deixa-se abater pelo desânimo – comentou Oxalá, apoiando-se em seu paxorô.

Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos lábios.

_Não sou resignado nem tampouco estou desanimado – falou Exu – estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens. Veja só: como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa. Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos, mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada um dos seres que habitam a Terra. O aprendizado que tanto precisam lhes é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição enquanto a dor está a alfinetar sua carne. Com o alívio vem o esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.

Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.

_Ouça – disse Exu, colocando a mão em concha na orelha, como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor. E ambos ouviram o som que vinha da Terra. O som da inveja, dos maus sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância. Exu deu outra gargalhada e disse:

_Percebe? Temos trabalho por muitos séculos ainda.

_E isso não é bom? – perguntou Oxalá, que dessa vez não deixou Exu responder e continuou:

_Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual e da simplicidade do Universo. Se não desconhecessem tanto o funcionamento das coisas, seriam mais felizes.

_Não estão preocupados em discernir o bem do mal – resmungou Exu.

_E você está, Senhor Falante? – tornou Oxalá.

Mais uma vez Exu gargalhou.

_Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.

_Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?

_Eu conheço os caminhos – respondeu Exu um tanto irritado – para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em encruzilhadas. Para mim as portas nunca se fecham e as correntes nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam de bem daquilo que chamam de mal. Não sou maniqueísta, não sou benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel, pois sempre ajo dentro da Lei. Os homens, coitados, acreditam na visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua “complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal.

_Pobres homens – repetiu Oxalá.

_Pobres homens – concordou Exu – mesmo olhando o Universo de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do mal. E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.

_Mas é você o responsável pelo mal? – perguntou Oxalá, admirando o horizonte.

_Sou justo, apenas isso – respondeu Exu.

_Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? – tornou o maior dos orixás.
Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:

_Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o compõe, inclusive do Senhor da Justiça.

_Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?

_Imaginei que soubesse disso – respondeu Exu, irônico como sempre.

_Acho que sempre soube. Quando observo o horizonte e vejo o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar ligado ao espiritual. Mas também lembro que o sol vai raiar e acredito que apesar de todas as dificuldades que os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus corações. Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o quanto são frágeis e precisam de nós – e nesse momento pousou a mão sobre o ombro de Exu – sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão, pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam. O mesmo homem que hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro da luz.

Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro falasse, prosseguindo com sua narrativa:

_Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o benefício da luz. Se houvesse apenas a luz, não haveria o aprendizado, que tem como ponto de partida o desconhecimento, as trevas. O Universo tão simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos surpreendemos com sua magnitude. Os homens são frutos que precisam amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto certo da maturação e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.

_Quem diria que trabalhamos em harmonia? – disse Exu em meio a um sorriso – acreditam que vivemos a digladiar quando na verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da raça humana.

Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o contentamento:

_Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da raça humana, que tanto depende de nós.

Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no horizonte, separando o céu e a Terra. Exu levantou-se da sua pedra e se pôs a caminhar montanha abaixo.

_Aonde vai, Senhor Falante? – perguntou Oxalá, como se não soubesse.

_Vou trabalhar, Senhor dos Orixás – respondeu Exu gargalhando novamente – Esqueceu que sou um trabalhador incansável e que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a luz do sol?

Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido. Assim trabalhava o Universo: sempre em harmonia. Os homens, mesmo ainda presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e protetores

O casamento na Umbanda


Ao contrário do que muitos pensam – talvez influenciados pelo senso comum, que atribui somente a religiões ditas cristãs, em especial o Catolicismo, um caráter oficial – na Umbanda também existem sacramentos, tais como o batismo e o casamento. No entanto, a realidade é que poucos daqueles que se dizem umbandistas sabem disso ou, se sabem, não atentam para a importância de seguir os sacramentos dentro da religião que escolheu e que os acolheu.
Seria isso um desprezo pela própria religião? Ou uma forma de minimizar a importância daquilo que escolheu para si e que deveria nortear sua vida?
Talvez nem uma coisa nem outra. O fato é que, por diversos motivos, muitos deles históricos e outros tantos sociais, o próprio umbandista busca em outras religiões, como já foi dito, especialmente no Catolicismo, a oficialização de momentos importantes de suas vidas. É como se algumas situações exigissem o crivo católico, tradicional e bem quisto, para legitimar-se. É como se a Umbanda, apesar de toda a sua história de luta e resistência, não bastasse para sacramentar os momentos decisivos da vida de seus filhos. É como se o próprio umbandista não reconhecesse na Umbanda a sua autoridade espiritual.
A realidade é que muitos segmentos da sociedade ainda enxergam a Umbanda como um religião de pobres e desprovidos de cultura – note o ranço de preconceito – e, assim, ainda buscam em instituições que julgam oficiais, os sacramentos que facilmente encontrariam dentro da Umbanda.
Por outro lado, não há como atirar pedras naquele que realiza o casamento em outra religião, justamente porque ainda existe esse preconceito em torno das religiões que possuem um de seus pilares na África. Experimente alguém, de família não umbandista, realizar o seu enlace matrimonial dentro de um terreiro.
Quantos convidados comparecerão?
E, daqueles que comparecerem, quantos estarão ali realmente de coração (e mente) aberto ao ritual?
Quantos buscarão os pretextos mais fúteis para não comparecer?
E quais serão os comentários daqueles que comparecerem, após o ritual?
Ao final das contas, perante a sociedade, é como se o casamento não tivesse acontecido, por isso é compreensível que as pessoas, mesmo se dizendo umbandistas, procurem realizar seus casamentos dentro daquelas religiões que arriscamos chamar de mais tradicionais, mas que são, na realidade, mais aceitas pela sociedade. Concluímos assim que esses acontecimentos são mais sociais do que religiosos: trata-se da formalização de um rito de passagem, que assim sendo, necessita daquilo que é cobrado informalmente pela sociedade, e não daquilo que o coração e alma pedem.
Já é passado do momento do umbandista assumir sua religião em toda plenitude que ela pede e merece, fazendo valer os sacramentos, liturgias e tradições que a caracterizam. Embora seja sabido que a sociedade ainda possui fortes raízes no catolicismo (mesmo aqueles que não se declaram católicos), é importante ao umbandista fazer da Umbanda a sua filosofia de vida, sem medo ou vergonha, como forma de chamar para si e para seus irmãos-de-fé o respeito que tanto clamamos por anos e anos

DESDOBRAMENTO


Durante o sono o Espírito desprende-se do corpo; devido aos laços fluídicos estarem mais tênues. A noite é um longo período em que está livre para agir noutro plano de existência. Porém, variam os graus de desprendimento e lucidez. Nem todos se afastam do seu corpo, mas permanecem no ambiente doméstico; temem fazê-lo, sentir-se-iam constrangidos num meio estranho (aparentemente).Outros movimentam-se no plano espiritual, mas suas atividades e compressões dependem do nível de elevação. O princípio que rege a permanência fora do corpo é o da afinidade moral, expressa, conforme a explanação anterior, por meio da afinidade vibratória ou sintonia.O espírito será atraído para regiões e companhias que estejam harmonizadas e sintonizadas com ele através das ações, pensamentos, instruções, desejos e intenções, ou seja, impulsos predominantes. Podendo assim, subir mais ou se degradar mais.Para esta maravilhosa doutrina, conforme tais considerações, o sonho é a recordação de uma parte da atividade que o espírito desempenhou durante a libertação permitida pelo sono. Segundo Carlos Toledo Rizzini, interpretação freudiana encara o sonho como apontando para o passado, revelando um aspecto da personalidade.Para o Espiritismo, o sonho também satisfaz impulsos e é uma expressão do estilo de vida, com uma grande diferença: a de não se processar só no plano mental, mas ser uma experiência genuína do espírito que se passa num mundo real e com situações concretas. Como vimos, o espírito, livre temporariamente dos laços orgânicos, empreende atividades noturnas que poderão se caracterizar apenas por satisfação de baixos impulsos, como também, trabalhar e aprender muito. Nesta experiência fora do corpo, na oportunidade do desprendimento através do sono, o ser, poderá ver com clareza a finalidade de sua existência atual, lembrar-se do passado, entrevê o futuro, todavia a amplitude ou não dessas possibilidades é relativa ao grau de evolução do espírito.


Preparação para o Sono


Verificando o lado físico da questão, vamos ver a importância do sono, pelo fato de passarmos 1/3 de nosso dia dormindo, nesta atividade o corpo físico repousa e liberta toxinas. Para o lado espiritual, o espírito liga-se com os seus amigos e intercambia informações, e experiências.Façamos um preparo para o nosso repouso diário:Orgânico – refeições leves, higiene, respiração moderada, trabalho moderado, condução de nosso corpo quanto à postura sem extravagâncias.Mental Espiritual - leituras edificantes, conversas salutares, meditação, oração, serenidade, perdão, bons pensamentos.Todavia não nos esqueçamos que toda prece se fortifica com atos voltados ao bem, pois então, atividades altruístas possibilitam uma melhor afinidade com os bons espíritos.DesdobramentoÉ o nome que se dá o fenômeno de exteriorização do corpo espiritual ou perispírito.


O perispírito ainda ligado ao corpo, distancia-se do mesmo, fazendo agora parte do mundo espiritual, ainda que esteja ligado ao corpo por fios fluídicos. Fenômenos estes, naturais que repousam sobre as propriedades do perispírito, sua capacidade de exteriorizar-se, irradiar-se, sobre suas propriedades depois da morte que se aplicam ao perispírito dos vivos (encarnados).Os laços que unem o perispírito ao corpo temporal, afrouxam-se por assim dizer, facultando ao espírito manter-se em relativa distancia, porém, não desligado de seu corpo. E esta ligação, permite ao espírito tomar conhecimento do que se passa com o seu corpo e retornar instantaneamente se algo acontecer. O corpo por sua vez, fica com suas funções reduzidas, pois dele foram distanciados os fluidos perispirituais, permanecendo somente o necessário para sua manutenção. Este estado em que fica o corpo no momento do desdobramento, também depende do grau de desdobramento que aconteça.


Os desdobramentos podem ser:


a) conscientes : Este, caracteriza-se pela lembrança exata do ocorrido, quando ao retornar ao corpo o ser recorda-se dos fatos e atividades por ele desempenhadas no ato do desdobramento. O sujeito é capaz de ver o seu “Duplo”, bem próximo, ou seja, de ver a ele mesmo no momento exato em que se inicia o desdobramento. Facilmente nestes casos, sente-se levantando geralmente a cabeça primeiramente e o restante do corpo, depois. Alguns flutuam e vêem o corpo carnal abaixo deitado, outros vêem-se ao lado dos corpos, todavia esta recordação é bastante profunda e a consciência e altamente límpida neste instante. Existe uma ligação ainda profunda dos fluidos perispirituais entre o corpo e o perispírito, facilitando assim, as recordações pós-desdobramento.b) inconscientes: Ao retornar o ser de nada recorda-se. Temos que nos lembrar que na maioria das vezes a atividade que desempenha o ser no momento desdobrado, fica como experiências para o próprio ser como espírito, sendo lembrado em alguns momentos para o despertar de algumas dificuldades e vêem como intuições, idéias.Os fluidos perispirituais são neste caso bem mais tênues e a dificuldade de recordação imediata fica um pouco mais árdua, todavia as informações e as experiências ficam armazenadas na memória perispiritual, vindo à tona futuramente.Em realidade a palavra inconsciente, é colocada por deficiência de linguagem, pois, inconsciência não existe, tendo em vista o despertar do espírito, levando consigo todas as experiências efetivadas pelo mesmo, então colocamos a palavra inconsciente aqui, é somente para atestarmos à temporária inconsciência do ser enquanto encarnado.c) voluntários: Se a própria pessoa promove este distanciamento. Analisemos algo bastante singular, nem todos os desdobramentos voluntários há consciência, pois como dissemos acima poderão haver algumas lembranças do ocorrido, existem ainda muitas dificuldades, no momento em que o espírito através de seu perispírito aproxima-se novamente de seu corpo, pela densidade ainda dos órgãos cerebrais é possível haver bloqueio dessas experiências. É necessário salientar que o ser encarnado na terra, ainda se encontra distante de controlar todos os seus potenciais, e por isso também há este esquecimento. Haja vista, algumas pessoas até provocarem o desdobramento e no momento de consciência terem medo e retornarem ao corpo apressadamente, dificultando ainda mais a recordação.Os desdobramentos podem também ocorrer nos momentos de reflexões, onde nos encontramos analisando profundamente nossos atos e cuja atividade nos propicia encontrar com seres que nos querem orientar para o bem, parte de nosso perispírito expande-se e vai captar as experiências e orientações devidas.d) provocados: Através de processos hipnóticos e magnéticos - Apometria -, agentes desencarnados e encarnados podem propiciar o desdobramento do ser encarnado. Os bons Espíritos podem provocar o desdobramento ou auxiliá-los sempre com finalidades superiores. Mas espíritos obsessores também podem provocá-los para produzir efeitos malefícios. Afinizando-se com as deficiências morais dos desencarnados, propiciamos assim, uma maior facilidade para que os espíritos mal-feitores possam provocar o desligamento do corpo físico atraindo o ser encarnado para suas experiências fora do corpo. A lei que exerce esta dependência é a de afinidade.e) emancipação Letárgica: Decorre da emancipação parcial do espírito, podendo ser causada por fatores físicos ou espirituais. Neste caso o corpo perde temporariamente a sensibilidade e o movimento, a pessoa nada sente, pois os fluidos perispiríticos estão muito tênues em relação à ligação com o corpo. O ser não vê o mundo exterior com os olhos físicos, torna-se por alguns instantes incapaz da vida consciente. Apesar da vitalidade do corpo continuar executando-se.Há flacidez geral dos membros. Se suspendermos um braço, ele ao ser solto cairá.e) emancipação Cataléptica: Como acima, também resulta da emancipação parcial do espírito. Nela, existe a perda momentânea da sensibilidade, como na letargia, todavia existe uma rigidez dos membros. A inteligência pode se manifestar nestes casos. Difere da letárgica, por não envolver o corpo todo, podendo ser localizado numa parte do corpo, onde for menor o envolvimento dos fluidos perispirituais.


É bastante conhecido o fenômeno da catalepsia, no qual o sujeito permanece, sem que haja cansaço, com todo o corpo, ou parte deste, rígido e imóvel. As manifestações religiosas em que há comunicação verbal (comumente acompanhada de fenômenos da musculatura estriada), como as incorporações, comunicação dos demônios, etc, em verdade, seriam apenas manifestações do transe hipnótico do tipo sonambúlico, quando toda ou parte da musculatura do indivíduo permanece em condição propícia para produzir movimentos, e do tipo letárgico, quando toda ela se encontra tencionada, impedindo determinados deslocamentos. Alguns indivíduos, quando apresentam estas manifestações, ficam com todo seu sistema muscular rígido, exceção feita aos músculos que possibilitam a fonação. Nestas condições, desenvolvem todo o fenômeno, adotando outra personalidade e comunicando-se através da fala. Outras vezes apenas o braço, ou outro membro, permanece naquela condição de rigidez. Como se nota, são nítidas reproduções da catalepsia.


APOMETRIA E OS ESPIRITOS DA NATUREZA


Apometria é uma técnica de desdobramento que pode ser aplicada em todas as criaturas, não importando a saúde, a idade, o estado de sanidade mental e a resistência oferecida.É um método fácil de ser utilizado por todas as pessoas que têm AMOR e CARIDADE a oferecer, mesmo não sendo médium de incorporação. É um método onde há necessidade de muito ESTUDO, pois a corrente mental deverá ser forte, as Leis Apométricas deverão ser cumpridas e as técnicas dominadas.Essa técnica trabalha a cura espiritual, o equilíbrio mental e emocional, que por meio de desdobramento se é detectado traumas, aflições, fobia, desentendimentos, mágoa, ódio, que muitas vezes trazemos de vidas passadas. AFINAL, SOMOS HERDEIROS DE NOSSO PRÓPRIO PASSADO.Além do maravilhoso trabalho de desobsessão e de quebra de magias negras, onde são retirados aparelhos, como chips, do baixo astral que são colocados em nosso corpo espiritual, aparelhos esses que causam descontroles emocionais e dores não identificáveis à medicina.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A função do ogã


É responsabilidade do ogã, não só no dia da gira como em qualquer dia de trabalho, olhar pelos demais médiuns, bem como pela integridade e pelo bom funcionamento do terreiro. O ogã, especialmente, tem a responsabilidade de se comportar como um médium exemplar e de orientar os demais médiuns a seguir um comportamento apropriado. O ogã é responsável pela gira e pelo transcorrer do trabalho espiritual da casa. O preparo de um ogã abrange a consciência do trabalho que desempenham e de sua responsabilidade, a consciência da energia que está envolvida no trabalho—é isso que faz um ogã.
Não se faz nenhum trabalho no terreiro, como uma gira ou uma camarinha, sem a presença de um ogã. Isso não significa um privilégio dos ogãs, pois todos os trabalhadores são de igual importância aos olhos dos espíritos. Em um terreiro, ninguém é melhor do que ninguém, pois todos estão trabalhando para crescer, aprender e progredir. Simplesmente, os ogãs são médiuns designados a uma das funções necessárias para o funcionamento da casa e, por isso, as energias que atuam neles difere das energias que atuam nos demais médiuns.
É tradicional que o ogã seja sempre do sexo masculino. Essa tradição é fundamentada no fato de que sua função exige uma estabilidade emocional que é dificultada pela sensibilidade mediúnica e pelos ciclos hormonais característicos do sexo feminino. O ogã aprende e participa de diversas funções na casa, inclusive as que incluem manipulações energéticas ligadas à proteção contra trabalhos de magia.
Nessas situações, um médium do sexo feminino estaria mais propenso a ser afetado emocionalmente do que um médium do sexo masculino, devido à diferença de sensibilidade mediúnica entre os sexos. Assegurar-se que todos os ogãs são do sexo masculino é, assim, uma forma de proteger os médiuns do sexo feminino (as quais são mais aptas que os médiuns do sexo masculino para outras funções dentro da casa, de igual importância).
O ogã anuncia a linha e "puxa" a vibração das entidades na gira, pois o mentor espiritual dos ogãs é o responsável por criar as condições adequadas que atraem as linhas que irão se comunicar. Assim, vê-se a importância dos ogãs saberem os pontos e o que cada ponto significa, a energia que cada ponto traz. A vibração espiritual associada com o médium que está girando está completamente associada com a vibração do canto e da voz dos ogãs. De todos os médiuns, principalmente os ogãs têm a função de concentrar e canalizar as energias durante o trabalho espiritual.
O ogã, assim, precisa aprender não só a cantar com o voz, mas, também, com a alma, com o coração. Como o pai-no-santo precisa, muitas vezes, estar incorporado durante a gira, os ogãs não devem contar com ele para saber que linha e que pontos devem cantar. Com o passar do tempo, o ogã conquista uma grande sintonia com os médiuns e com os guias de cada médium, por estar diretamente conectado com os espíritos e as linhas de trabalho que estão encarregados a trabalhar em cada médium.
Por isso, a preparação mediúnica antes dos trabalhos é particularmente importante para o bom desempenho de suas funções. Devido a essa conecção, os demais médiuns respondem, na ausência do pai-no-santo durante a gira, à forma de trabalho determinada pelos ogãs. Com a incorporação da entidade, é natural que os ogãs saibam intuitivamente, e pela experiência e observação, o tipo entidade (caboclo, exu, preto-velho etc) e a linha (o orixá) para a qual ela trabalha. Essa sintonia entre os ogãs e as entidades, quando apurada, dá força às entidades, aos médiuns e ao trabalho, de forma geral.
O som e as palavras têm uma força normalmente subestimada por nós. Se soubéssemos da repercussão da música e das palavras na mente das pessoas, seríamos muito mais cautelosos e atenciosos no falar e no cantar. Uma palavra, uma vez emitida, não se perde nunca e entra no mundo mental daquele que a ouviu. O som, o canto, o mantra, possui o mesmo valor, daí o dito popular que "quem canta, reza duas vezes". Dependendo da intenção com que o som, ou o mantra, é emitido, ele eleva a vibração do ambiente, se irradia, atrai, despacha, limpa ou fortifica. Por isso, todas as religiões têm seus mantras, seus cântigos, seus pontos.
A energia que atua no ogã é uma energia de força e segurança, pois são nesses sentidos que a mediunidade dele é usada durante a gira. Como exercem a função de segurança e de doação, os ogãs normalmente não incorporam, para que a energia da coroa seja mantida em constante equilíbrio. Da mesma forma, normalmente não são postos para "girar". Quando eles "giram", isso ocorre sem alterar a integridade e o equilíbrio da coroa; ou seja, os ogã "giram" para que a jira sirva as suas funções de harmonização (limpeza) e/ou de canalização de energias, mas não a de desenvolvimento da faculdade mediúnica ostensiva. Como o papel dos ogãs é o de doar energias para outros médiuns, eles recebem automaticamente, nesse processo, as energias benéficas associados com as diferentes funções de uma gira de caboclos. Por isso, é raro que os ogãs tenham necessidade de "girar" e, quando isso acontece, atende necessidades individuais especiais.

É possível que um médium que trabalhe como ogã em um terreiro de Umbanda e também como membro da equipe mediúnica em uma casa espírita apresente sensações distintas em cada casa, não percebendo influências no terreiro de Umbanda mas apresentando grande sensibilidade mediúnica durante o trabalho espírita; isso se deve às diferenças de compromissos e funções em cada tipo de trabalho espiritual.
Quem tudo olha!
Quase sempre nada enxerga!
Quem não se quebra!
Logo logo se enverga!
A favor dos ventos!
Eu sempre arranjo um jeito!
De correr para o meu cruzeiro!
Pra ver os meus companheiros!
Para o meu povo!
Eu não preciso me apresentar!
Pois todos me conhecem!
Quando eu chego lá!
Sou o exu tiriri!
Na linha de lebá!
Até o inferno treme!
Quando me vê chegar!

A DEFUMAÇÃO







A defumação é essencial para qualquer trabalho num terreiro de Umbanda.
É também uma das coisas que mais chamam a atenção de quem vai pela primeira vez assistir a um trabalho.
Em geral a defumação na Umbanda é sempre acompanhada de pontos cantados específicos para defumação.


Histórico Sobre a Defumação:

Desde os tempos imemoriais, dos homens das cavernas, que a queima de ervas e resinas é atribuída à possibilidade da modificação ambiental, através da defumação. Na Umbanda, como em outras religiões, seitas e dogmas, também nos usamos desse expediente, que tem a função principal limpar e equilibrar o ambiente de trabalho de acordo com a necessidade.
Há 4.000 anos, existia uma rota de comércio onde se cruzavam as culturas mais antigas do Mediterrâneo e África. E foi bem no meio desta rota que nasceu a maior civilização desta época: “O Egito”
A antiga civilização do Egito era devotada em direcionar os sentidos ao Divino. O uso das fragrâncias era muito restrito. As fragrâncias dos óleos eram usadas como perfumes, na medicina e para uso estético, e ainda, para a construção nos rituais. Isto confirma que no Egito se utilizava o incenso desde os tempos antigos.
Quando o Egito se fez um país forte, seus governantes importaram em terras distantes, incenso, sândalo, mirra e canela. Os faraós se orgulhavam em oferecer às deusas e aos deuses enormes quantidades de madeiras aromáticas e perfumes de plantas, queimando milhares de caixas desses materiais preciosos.
Todas as manhãs as estátuas eram untadas pelos sacerdotes com óleos aromáticos.
Sem dúvida o incenso egípcio mais famoso foi o kyphi, que se queimava durante as cerimônias religiosas para dormir, aliviar a ansiedade e iluminar os sonhos.
Os Sumérios ofereciam bagas de junípero como incenso à deusa Inanna. Mais tarde os babilônios continuaram um ritual queimando esse suave aroma nos altares de Ishtar.
Tudo indica que o junípero foi o incenso mais utilizado, eram usadas outras plantas também, madeira de cedro, pinho, cipreste, mirto, cálamo entre outras que eram oferecidas às divindades.

O Que é a Defumação?

Ao queimarmos as ervas, liberamos em alguns minutos de defumação todo o poder energético aglutinado em meses ou anos absorvido do solo da Terra, da energia dos raios de sol, da lua, do ar, além dos próprios elementos constitutivos das ervas. Deste modo, projeta-se uma força capaz de desagregar miasmas astrais que dominam a maioria dos ambientes humanos, produto da baixa qualidade de pensamentos e desejos, como raiva, vingança, inveja, orgulho, mágoa, etc.
Existem, para cada objetivo que se tem ao fazer-se uma defumação, diferentes tipos de ervas, que associadas, permitem energizar e harmonizar pessoas e ambientes, pois ao queimá-las, produzem reações agradáveis ou desagradáveis no mundo invisível. Há vegetais cujas auras são agressivas, repulsivas, picantes ou corrosivas, que põem em fuga alguns desencarnados de vibração inferior. Os antigos Magos, graças ao seu conhecimento e experiência incomuns, sabiam combinar certas ervas de emanações tão poderosas, que traçavam barreiras intransponíveis aos espíritos intrusos ou que tencionavam turbar-lhes o trabalho de magia.
Apesar das ervas servirem de barreiras fluídico-magnéticas pra os espíritos inferiores, seu poder é temporário, pois os irmãos do plano astral de baixa vibração são atraídos novamente por nossos pensamentos e atos turvos, que nos deixam na mesma faixa vibratória inferior (Lei de Afinidades).
Portanto, vigilância quanto ao nível dos pensamentos e atos.

Existem dois tipos de defumação;
a defumação de descarrego e defumação lustral.


Defumação de descarrego

Certas cargas pesadas se agregam ao nosso corpo astral durante nossa vivência cotidiana, ou seja, pensamentos e ambientes de vibração pesada, rancores, invejas, preocupações, etc. Tudo isso produz (ou atrai) certas formas-pensamento que se aderem à nossa aura e ao nosso corpo astral, bloqueando sutis comunicações e transmissões energéticas entre os ditos corpos.
Além disso, os lares e os locais de trabalho podem ser alvos de espíritos atrasados, que penetram nesses ambientes e espalham fluídos negativos.
Para afastar definitivamente estas entidades do nosso convívio, teremos primeiro que mudar em atos, gestos e pensamento, afastando de nossas mentes aquela corrente que nos liga a estes seres.
A defumação serve para afastar seres do baixo astral, e dissipar larvas astrais que impregnam um ambiente, tornando-o pesado e de difícil convivência para as pessoas que nele habitam.
Pois bem, a defumação tem o poder de desagregar estas cargas, através dos elementos que a compõe, pois interpenetra os campos astral, mental e a aura, tornando-os novamente "libertos" de tal peso para produzirem seu funcionamento normal.
E por esse motivo, Deus entregou a Ossãe as ervas que, seriam usadas para destruir tais fluídos e afastar estes espíritos.
Comece varrendo o lar ou o local de trabalho, e acendendo uma vela para o seu anjo de guarda. Depois, levando em uma das mãos um copo com água, comece a defumar o local da porta dos fundos para a porta da rua.


Defumação Lustral

Além de afastar alguns resquícios que por ventura tenham ficado depois da defumação de descarrego, ela atrai para estes ambientes, correntes positivas dos Orixás, Caboclos, e Pretos Velhos, que se encarregarão de abrir seus caminhos.
Acenda uma vela para o seu anjo de guarda. Levando um copo com água, comece a defumar sua casa ou o seu local de trabalho, da porta da rua para dentro.
Não esqueça que a defumação lustral deverá ser feita depois do descarrego.


Ervas e Funções:
Abacate Amor purificação, saúde, felicidade.
Abre Caminho Abre os caminhos, atraindo bons fluidos dando força e liderança.
Acácia Proteção, contra pesadelos e proteção do sono.
Açafrão Purificação, saúde, felicidade.
Agrimônia Dissolução de influências negativas e proteção
Alecrim Defesa dos males, tira inveja e olho gordo, protege de magias. Afasta maus espíritos e ladrões. Felicidade, cura, proteção, purificação e justiça. Ajuda na recuperação e no tratamento de doenças. Atrai a falange dos Caboclos. Proteção na área profissional. Estimulante para concentração, adivinhação, memória e estudos.
Alfafa Prosperidade, dinheiro, felicidade.
Alfazema Limpa o ambiente e atrai prosperidade e bons negócios, bem como pessoas amigas. Acalma, purifica e traz o entendimento, equilíbrio e harmonia. Amor, sorte e proteção espiritual em todos os aspectos. Favorece a clarividência
Almíscar Afrodisíaco, amor.
Amêndoas Dinheiro, prosperidade, sabedoria.
Amora Saúde, dinheiro, proteção.
Angélica Proteção, purificação, saúde, clarividência.
Anis Estrelado Propicia boas amizades, bons caminhos, paz e triunfo. Adivinhação, purificação, sorte, amor. Atua tanto no nível material quanto no emocional, produzindo estímulo de natureza positiva. Renova as energias e atrai proteção espiritual contra qualquer mal.
Arnica Clarividência
Arroz Fertilidade.
Arruda Defende dos males, remove o efeito de feitiços, corta correntes negativas. Intensifica a força de vontade auxiliando a pessoa que a usa a realizar seus desejos. Proteção.
Assa-Fétida Exorcismo, proteção.
Babosa Proteção, sorte e amor.
Barbatimão Espiritualidade, purificação.
Bardana Saúde, proteção.
Baunilha Amor, sedução.
Beladona Limpeza de ambientes.
Benjoim Elimina bloqueios espirituais Atrai energias positivas e combate energias negativas. Purifica o ambiente. Harmoniza nosso raciocínio e diminui a nossa agressividade. Destrói as larvas astrais. Elimina bloqueios espirituais. Para pedidos de ajuda a deus.

Calêndula Proteção, solução de problemas,
Camélia Prosperidade, riqueza.
Camomila Dinheiro, amor, purificação.
Canela Atrai prosperidade. Favorece os negócios, bens materiais, amor, sucesso.
Cânfora Desenvolvimento psíquico, clarividência, saúde.
Cardamomo Sedução, amor
Cardo Santo Cura, defesa, quebra olho gordo.
Carvalho Fertilidade
Cascara Sagrada Problemas com a justiça. Dinheiro e proteção.
Cavalinha Fertilidade.
Cebola Proteção, saúde, dinheiro.
Cipó Caboclo Elimina todas as larvas astrais do ambiente.
Cipreste Longevidade, saúde.
Colônia Atrai fluidos benéficos.
Cravo da Índia Protege de pessoas mal intencionadas, pensamentos negativos subconscientes. É uma das mais poderosas defumações protetoras. Chama dinheiro e dá força á defumação.
Dama da Noite É o incenso do amor. Ajuda a encontrar pessoas com a mesma afinidade.
Erva Cidreira Sucesso, amor.
Erva Doce Proteção.
Esterco de Vaca Para espantar Eguns.
Eucalipto Limpeza, energização, cura, saúde, proteção. Atrai a corrente de Oxossi.
Figueira Clarividência, fertilidade
Flor de Laranjeira Afasta o pânico. Aumenta a segurança e autoconfiança em assuntos emocionais e financeiros.
Flor de Maçã Calmante.
Flor de Pitanga Atua poderosamente na área financeira. Direciona aquisições materiais e negociações com êxito.
Folha de Bambu Afasta espíritos vampiros.
Freixo Adivinhação, cura, proteção, prosperidade.
Gengibre Dinheiro e sucesso.
Gerânio Força e vitalidade, calmante e harmonizante. Alivia tensão nervosa.
Ginseng Amor, realização de desejos, beleza, saúde, proteção e poder.
Girassol Fertilidade.
Guiné Atua como um poderoso escudo mágico contra malefícios.
Hortelã Bom para problemas de saúde e equilíbrio emocional. Estimula apetite.
Incenso Limpeza em geral, destrói as larvas astrais. Aliado a outros elementos potencializa os efeitos dos mesmos.
Jasmim Acalma e ajuda a evitar brigas e desentendimentos, aclara as idéias. Melhora humor, amor, cura.
Laranja Amor, dinheiro.
Lavanda Cura, amor.
Levante Abre os caminhos do ambiente.
Limão Amor.
Lótus Antidepressivo, usado no trabalho de resgate do equilíbrio de energias, calma e paciência.
Louro Abre caminho, chama dinheiro, prosperidade e dá energia ao ambiente. Negócios, adivinhação, proteção, força, saúde. Atrai a corrente de caboclo.

Madeira Estimula a razão. Aumenta a concentração necessária ao trabalho, estudo e meditação.
Madressilva Desenvolve a intuição e a criatividade, favorece também a prosperidade.
Manjericão Amor, purificação espiritual, proteção. Chama dinheiro.
Maracujá Paz, amizade.
Menta Melhora o estado de atenção. Indicado para dores de cabeça, mas se for usado em demasia pode alterar o sono.
Mil Folhas Exorcismo, amor
Mirra Facilita o contato com os planos superiores, criando no ambiente uma atmosfera de prece e oração. Usado para limpeza astral da casa, afasta maus fluidos e estimula a intuição. Poderoso no equilíbrio das funções do corpo, balanceando o físico e o espiritual. Descarrego forte, afasta maus espíritos. Boa sorte, meditação, cura e proteção. Incenso sagrado usado para limpar após os rituais, e durante eles. Também é usado quando se vai se desfazer alguma demanda ou feitiço. Faz vibrar a compaixão
Morango Amor, sorte.
Narciso Cura, sorte, fertilidade.
Noz Moscada Adivinhação, fertilidade.
Olíbano Cura, purificação.
Oliveira Paz, fertilidade e proteção.
Palha de Alho Usado para eliminar formas negativas de pensamentos obsessivos. Afasta más vibrações e maus espíritos.
Palha de Cana Atrai melhores condições.
Patchuli Cura a apatia, estimula o amor. Diminui a confusão e indecisão. Aguça a inteligência. Clarividência.
Pinho Atrair encantos, fertilidade.
Pó de Café Contra entidades negativas. Elimina formas pesadas de pensamentos e pesadelos. Benéfica para doentes em recuperação.
Rosa Amor, espiritualidade, adivinhação, fertilidade.
Rosa Branca Paz e harmonia
Sabugueiro Purificação
Sálvia Cura, contra feitiços, sabedoria, realização de desejos.
Sândalo Amor, adivinhação, purificação.
Sangue de Dragão Purificação.
Sésamo Ajuda a atrair amigos, clientes e dinheiro. Estimula a criatividade e alegria.
Trigo Fartura, dinheiro, fertilidade.
Urtiga Exorcismo, proteção, saúde.
Uva Fertilidade, dinheiro, fartura.
Verbena Afasta a tristeza, negatividade e melancolia, libera de energias negativas trazendo criatividade, desenvoltura, alegria e bom astral. Meditação, amor.
Vetiver Aliado para meditação, inspirador e calmante.
Violeta Afrodisíaco, meditação, espiritualidade.


Incenso e “incenso”

Existe uma resina chamada incenso e os “incensos” em varetas.
O Incenso é uma resina gomosa que brota na forma de gotas da árvore Boswellia Carteri, arbusto que cresce espontaneamente na Ásia e na África. Durante o tempo de calor e seca são feitas incisões sobre o tronco e ramos, dos quais brota continuamente a resina, que se solidifica lentamente com o ar. A primeira exudação para nada serve e é, pois, eliminada; a segunda é considerada como material deteriorável; a terceira, pois, é a que produz o incenso bom e verdadeiro, do qual são selecionadas três variedades, uma de cor âmbar, uma clara e a outra branca.


Como defumar e descarregar sua residência e o seu local de trabalho.

Às vezes sentimos que o nosso lar ou nosso local de trabalho, estão pesados, inúmeras brigas e discussões acontecem a toda hora, nada dá certo, uma impaciência toma conta, do nosso ser. O ar está carregado com partículas de fluídos negativos que aos poucos vai envolvendo cada um, e tornando as coisas mais difíceis.
Temos primeiro que mudar em atos, gestos e pensamento, afastando de nossas mentes aquela corrente que nos liga a estas energias.
O descarrego destrói as larvas astrais, limpando o ambiente das impurezas, facilitando assim a penetração de fluídos positivos.
Comece varrendo o lar ou o local de trabalho, e acendendo uma vela para o seu anjo de guarda. Depois, levando em uma das mãos um copo com água, comece a defumar o local da porta dos fundos para a porta da rua, que ao final deve ser despachado em água corrente.
Podem-se usar as ervas em sua forma natural, em pó ou em pequenos pedaços moídos, em forma de casca miúda, etc. Para se queimar essas ervas, usa-se normalmente um recipiente chamado turíbulo.

Turíbulos
São recipientes de metal ou barro usados para queimar o incenso.
Na Umbanda, usam-se nas giras ou sessões públicas, o turíbulo como na figura ao lado. Para queimar as ervas usam-se normalmente o carvão vegetal. Lembrando sempre que o carvão vegetal deve estar em brasa e nunca em chamas.

A quantidade de incenso que queira queimar deve ser proporcional ao tamanho da sala e ao número de pessoas presentes. Para isso somente através da experimentação descobriremos a quantidade certa. No caso da defumação, é melhor pecar pela escassez, pois assim poderemos ir adicionando um pouco mais conforme a fumaça for diminuindo, do que acrescentar e sufocar pelo excesso (e isso pode ser até perigoso



A base são os seguintes elementos:
Alecrim Defesa dos males, tira inveja e olho gordo, protege de magias. Afasta maus espíritos e ladrões. Felicidade, cura, proteção, purificação e justiça. Ajuda na recuperação e no tratamento de doenças. Atrai a falange dos Caboclos. Proteção na área profissional. Estimulante para concentração, adivinhação, memória e estudos.
Alfazema Limpa o ambiente e atrai prosperidade e bons negócios, bem como pessoas amigas. Acalma, purifica e traz o entendimento, equilíbrio e harmonia. Amor, sorte e proteção espiritual em todos os aspectos. Favorece a clarividência
Benjoim Elimina bloqueios espirituais Atrai energias positivas e combate energias negativas. Purifica o ambiente. Harmoniza nosso raciocínio e diminui a nossa agressividade. Destrói as larvas astrais. Elimina bloqueios espirituais. Para pedidos de ajuda a deus.
Mirra Facilita o contato com os planos superiores, criando no ambiente uma atmosfera de prece e oração. Usado para limpeza astral da casa, afasta maus fluidos e estimula a intuição. Poderoso no equilíbrio das funções do corpo, balanceando o físico e o espiritual. Descarrego forte, afasta maus espíritos. Boa sorte, meditação, cura e proteção. Incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles. Também é usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço. Faz vibrar a compaixão
Incenso Limpeza em geral, destrói as larvas astrais. Aliado a outros elementos potencializa os efeitos dos mesmos.

as vezes pode se acrescentar uma ou mais das ervas abaixo:
Louro Abre caminho, chama dinheiro, prosperidade e dá energia ao ambiente. Negócios, adivinhação, proteção, força, saúde. Atrai a corrente de caboclo.
Anis Estrelado Propicia boas amizades, bons caminhos, paz e triunfo. Adivinhação, purificação, sorte, amor. Atua tanto no nível material quanto no emocional, produzindo estímulo de natureza positiva. Renova as energias e atrai proteção espiritual contra qualquer mal.
Palha de Alho Usado para eliminar formas negativas de pensamentos obsessivos. Afasta más vibrações, Afasta maus espíritos.

CONSELHOS ESPARSOS SOBRE DEFUMAÇÃO

-com fumo nunca se faz defumação.
Sómente as Entidades (caboclos,Pretos Velhos,etc) é que podem defumar com fumo em rama,pois eles é que sabem o que fazem.

-MIRRA é um perfume para a Linha das Almas.
só usá-lo por ordem de uma Entidade de confiança, assim também a ASSAFÉTIDA E RASPA DE VEADO

-incenso é um perfume sintético,este pode ser usado sózinho

-BENJOIM,também não deve ser usado sózinho,e sim sempre de mistura com Incenso,Alfazema,Alecrim e Anis Estrelado

-Alecrim senso queimado sozinho servirá para atrair homens e afastar mulheres

-Alfazema é o contrário, atrai mulheres e afasta homens.

-sempre que quiser fazer uma defumação no terreiro ou em casa ou em uma pessoa, faça-a acompanhada de uma prece ou um ponto cantado,pois sem isso nenhum valor terá de positivo.
Estas coisas devem ser feitas com muita confiança e respeito,e com os sentimentos bastante elevados.

Caracteristicas dos Orixas em você

Reza a tradição-dos-orixás que toda pessoa, no momento da concepção, é escolhida por um orixá. A melhor maneira de descobrir o seu orixá é no jogo de búzios, o oráculo de Orunmila. Cada orixá domina um elemento da natureza, tem uma cor e gosta de determinados alimentos. Eles tem personalidades distintas. As pessoas "puxam" o temperamento de seus orixás.Se elas são de Xangô, por exemplo, serão tempestuosas; se forem de Olooogunede, serão temperamentais, e assim por diante. Há mais de 600 orixás, mas nem todos são cultuados no Brasil. Os mais conhecidos estão na lista abaixo:
Exu - orixá mensageiro, leva as oferendas aos demais. Cor: marrom ou preto. Ele devora "tudo que a boca come", adora gim, pinga e qualquer bebida alcoólica. Mora nas encruzilhadas e é o "mais humano" dos orixás.


Orunmila - orixá da adivinhação, ajuda o homem a realizar seu destino. Cor: branco. Gosta de sal, bananas, milho e água fresca.

Ogun - deus da agricultura, caçador, descobriu o fogo e a forja e deu de presente aos homens. Cor: azul-marinho. Come milho, cará, raízes, galos e cachorros.

Oxóssi - deus da caça e dos animais. Cor: azul. Gosta de milho verde, raízes e frutas.

Xangô - orixá do raio, fogo, trovão e da justiça. Cores: vermelho e verde. Gosta de quiabo, carneiro e tartaruga.


Iansã - mulher de Xangô, deusa do rio Niger, preside os ventos e as tempestades. Cores: vermelho e marrom. Gosta de verduras e legumes vermelhos.

Oxun - deusa da fertilidade feminina, cuida da gravidez e do bebê. Também é a deusa da beleza, é dengosa e doce. Cor: amarelo-ouro. Gosta de mél, comidas do rio, frutas, cerveja.

Omolu ou Obaluaê - seu nome não deve ser pronunciado, pois significa varíola. É o orixá da terra, saúde e doenças. Cores: preto, branco e vermelho. Gosta de dendê, sal, mel, gim e pipoca.O

looogunede - orixá da caça e da pesca, é filho de Oxun e Oxóssi. Deus da alegria.

Obá - esposa de Xangô, orixá da guerra, mulher valente, decidida. Cor: azul. Gosta de frutas, galinhas escuras e cabras.

Iemanjá - deusa das águas do mar, protege famílias, crianças e a pesca. Cores: azul-claro, branco e rosa-claro.

Nanã - também chamada Anamburucu. Orixá muito velha, rege a lama, matéria-prima dos homens, e a morte. É venerável, sábia.

Oxalá - também chamado Orixalá. É o deus mais antigo, aquele que molda e dá vida aos homens. É o pai de todos.No entanto, a influencia de um determinado orixa muda, conforme a influencia que ele tem sobre o medio. Por exemplo: Se atua na irradiação feminina ou masculina; qual o elemento a que ele pertence, em que grau ele está, se é o atuante, na linha de Guia, Protetor, ou Orixá Menor.

Além do mais em que aréa da vida ele atua na roda da existencia do filho fé.Essa é a principal utilidade da Umbanda-Astrologica, descobri de qual forma o orixá flui em sua vida. Tambem verificar de que forma ele define suas caracteriscas, pois, é muito comum ver-se filhos com pais de cabeça trocados, porque o orixá que ta proximo ou de frente é muito mais perceptivel, pelo sacerdote. Tem casos que o Guia é assentando como Pai de Cabeça, por que atua no plano fisico com mais clareza que o verdadeiro Pai de Cabeça da Pessoa, por isso fique atento! Através da vibração astral sincronizada a toda influencia das Linhas Vibracionais, podemos investigar mais a fundo as regencias e graus de cada atuação de todos os orixas, que atuam em nossa vida.



Fransciele Dias

Umbanda...

A semente e os 4 elementos




A semente desprende da arvore, como um filho desprende-se do ventre da mãe, soprada pelo AR repousa na TERRA como fossem os braços do pai, faz ali a sua morada, será aquecida pelo FOGO do sol servindo como alimento para seu crescimento, é regada pela ÁGUA da chuva como fosse o éter liquido da vida, retira-se de sua armadura germina e cria raízes fincando-as na terra úmida, elementos iniciais da vida formados pela TERRA E ÁGUA cria-se a partir dali um pequeno orvalho como se fosse o surgimento do Irmão Médium passando pelos 4 ELEMENTOS, ainda necessitando destes elementos elementares a sua formação; A vida dessa semente será difícil como tantas outras que encontramos pelos caminhos; Entre as dificuldades sofrerá a inveja de outras sementes; Sofrerá também as presas dos dentes dos insetos em sua carne como fossem estas os inimigos que encontrara; Sofrerá a falta da ÁGUA nos dias de muito calor, pois pequena não consegue extrair o necessário; Sofrera a falta das outras arvores, fazendo-lhe sombra, seria os seus amigos que estariam longe na horas difíceis; Perderá parte de seus membros pela serra do lenhador, como a incerteza de sua fé ou talvez fossem a morte dos seus parentes e amigos. Com tanto sofrimento e dificuldade seu tronco continuará em pé e ficará mais rígido permanecendo em exercícios constantes com o movimento de seus galhos soprados pelo AR; Alcançara o ápice acima de outras árvores, recebendo o elemento FOGO do sol em sua plenitude; Suas folhas rígidas acolheram o elemento ÁGUA, distribuindo em seu caule a forca para sobreviver; No elemento TERRA suas raízes fortes a agarraram trazendo seu néctar precioso como alimento; Terá propriedades ao qual comprará ajeitando-se entre as outras árvores; Alimentara os pássaros como se fossem seus subordinados e ajudantes na dispersão do pólen, são vidas levados pelos pássaros em suas asas e patas; Nunca perderá a sabedoria, pois deixará frutos em forma de sementes, para o futuro; Acolhera o homem cansado em sua humilde sombra aconselhando com gratidão e refrescando seu suor.Muitas vezes será o banquinho ou cadeira de consolo madeira retirada de parte de suas entranhas.O Médium será sempre como a árvore lembrando-se sempre que suas mãos devem sempre estar voltadas ao céu como os galhos da arvores, para pedirem e colherem as energias essenciais a vida.Lembre-se tudo começou com uma sementinha.

O FUNERAL




O funeral é realizado pelo babalorixá e sofre alterações de acordo com a condição do morto, se é iniciado na umbanda ou não. Este ritual tem grande importância na umbanda, pois é a data em que se louva a força de Omulu que é o senhor da morte e das transições no universo.
Para a umbanda a morte do corpo físico não é o fim da vida, mas apenas o fim de um ciclo. Então nada se acaba com o fim da vida física, quando o corpo perece, mas sim é o início de outra etapa. Morremos para o mundo físico e renascemos para o mundo espiritual.
O funeral umbandista é dividido em duas partes, purificação do corpo e do espírito. A purificação do corpo é feita com incenso e água consagrada. As ervas queimadas na brasa propagam através do ar suas qualidades purificadoras e imantadoras do espírito. Com a água consagrada cria-se uma diluição de qualquer energia material ainda presente no corpo e no espírito do desencarnado.
No ritual do funeral se faz uma cruz com pemba consagrada, na garganta, peito, plexo, umbigo e costas das mãos e dos pés para desligar qualquer iniciação ou cruzamentos feitos na encarnação do espírito. Repete-se este mesmo ato com óleo de oliva consagrado e cruza-se também o ori (coroa) para que liberte do chakra coronário qualquer firmeza de forças, purificando o espírito e o livrando de qualquer chamamento por alguém que se acha superior, querendo prejudicar o desencarnado. Deve-se aspergir todo o corpo com essências e óleos aromáticos para criar uma aura positiva e perfumada em volta do espírito protegendo-o de qualquer entrechoque energético. Após isto o corpo será vestido e levado ao velório.
Após estes rituais será feita a apresentação do falecido por uma pessoa escolhida para ministrar palavras positivas sobre a vida do desencarnado. Será entoada uma música em louvor a Oxalá, um canto a Obaluayê e um canto ao Orixá regente do desencarnado. Após, se dará a despedida, pelos presentes, ao falecido e após o fechamento do caixão se fará o transporte ao cemitério onde o babalorixá assoprará uma fina camada de pó de pemba consagrada em cima do caixão para proteção etérica do desencarnado.
Após o túmulo ser fechado o babalorixá cercará o mesmo com pó de pemba criando um círculo protetor à sua volta e acenderá quatro velas brancas formando uma cruz, sendo uma na cabeça do túmulo, outra no pé, uma a esquerda, outra a direita.
Este ritual não deverá ser cercado de tristeza, mas sim de alegria, pois o desencarnado está retornando para o plano eterno e poderá retomar seu caminho para a evolução.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Significado da palavra Umbanda

ORIGEM

A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga,
que era falada pelos integrantes do tronco Tupy.
Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi
trazido da África pelos escravos. Na verdade, encontram-se
registros de sua utilização apenas depois de 1934, entre os
cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto, somente alguns
radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a
conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão
sintética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.

O termo Umbanda, considerado a "Palavra Perdida" de Agartha,
foi revelado por Espíritos integrantes da Confraria dos
Espíritos Ancestrais. Estes espíritos são Seres que há muito
não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução,
mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer
a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá - O Cristo Jesus.
Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente
comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.

Os radicais que compõem o mote UMBANDA são, respectivamente:
AUM - BAN - DAN. Sua tradução pode ser ncomprovada através do
alfabeto Adâmico ou Vattânico revelado ao Ocidente pelo
Marquês Alexandre Saint-Yves d'Alveydre, na sua obra
"O ARQUEÔMETRO".

AUM significa "A DIVINDADE SUPREMA"

BAN significa "CONJUNTO OU SISTEMA"

DAN significa "REGRA OU LEI"

A UNIÃO destes princípios radicais, ou AUMBANDAN,
significa "O CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS"

Conceitos de Umbanda:A Umbanda é uma religião natural
que segue minuciosos ensinamentos de várias vertentes
da humanidade. Ela traz lições de amor e fraternidade
sendo cósmica em seus conceitos e transcendental em
seus fundamentos.


A essência, os conceitos básicos da Lei de Umbanda
fundamentam-se no seguinte:
Existência de um Deus único
Crença de entidades espirituais em evolução
Crença em orixás e santos chefiando falanges que
formam a hierarquia espiritual
Crença em guias mensageiros
Na existência da alma
Na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento
espiritual do médiun
Essas são as principais características fundamentais
das Leis de Umbanda, uma religião que prega a Paz,
a União e a Caridade
ESTIMENTAS NA UMBANDA


São palavras textuais de Zélio de Moraes (médium do senhor Caboclo das
Sete Encruzilhadas, iniciador da Umbanda, em 1.908):


• Capacetes, espadas, adornos, vestimentas de cores, rendas e lamês
não são aceitos nos Templos que seguem a sua orientação. O uniforme é
branco, de tecido simples.


No inicio, as vestimentas das mulheres eram pouco práticas (utilizavam
vestidos). A Umbanda atualmente utiliza-se de vestimentas práticas e
confortáveis.


Observa-se a total predominância do branco, pois essa cor é
irradiante, não absorvendo, pois as energias negativas tanto de
ambientes quanto de pessoas, bem como é uma cor que simboliza limpeza,
higiene, pureza, paz, humildade, simplicidade, além de propiciar aos
médiuns uma sensação de “leveza”. Tudo deve ser simples, com conforto
e praticidade. Lembre-se que os Guias Espirituais são humildes,
portanto, desprovidos de vaidade.


Quanto ao tipo de vestimenta, também se requer comodidade. Não
observamos nos dias atuais, no culto Umbandista, roupas específicas às
linhas de trabalho, muitas vezes excêntricas e coloridas, e sim,
roupas uniformizadas que são utilizadas tanto nas incorporações de
Orixás, Guias Espirituais ou Guardiões. Basicamente observamos o
seguinte:


Médiuns masculinos: Túnica e calça branca de algodão (por ser este
tecido natural, obtido através da flor do algodão e favorecer uma
transpiração adequada), sem bolso, e geralmente fechado com botões até
a altura do pescoço. A túnica deve ter o comprimento aproximado de um
palmo acima do joelho. A calça, por comodidade e praticidade, não
deverá ter bolsos atrás, mas sim, dispostos nas laterais, um palmo
acima dos joelhos (pode-se guardar qualquer objeto sem medo de
amarrotar).


Médiuns femininos: Os mesmo utilizados acima, exceto que nas
incorporações de Guias Espirituais tais como: Pretas Velhas, Baianas,
Boiadeiras, Ciganas, e Guardiãs pode-se utilizar saias longas e
levemente rodadas, mas, simples e brancas (quando da incorporação
dessas entidades, a médium já deverá ter a saia em mãos e colocá-las
por cima da calça, dentro do ambiente de trabalho, um pouco antes da
vinda das Entidades Espirituais, não havendo a necessidade de sair
para trocar-se).


Outra coisa importante é o uso de turbantes, simples, por parte das
mulheres. Os homens também utilizam uma cobertura para a coroa, do
tipo que os judeus ou os muçulmanos utilizam (conhecidos como quipá).
O uso dessas coberturas se faz necessária pelo fato dos médiuns não
necessitarem ir a um cabeleireiro ante de ir trabalhar no Templo
(vaidade) e também proteger a sua coroa (chacra coronal) da possível
infestação de alguns tipos de bactérias espirituais, oriundas dos
atendimentos. Agora, o mais importante é que com a cabeça coberta,
todos somos iguais perante Deus, Suas Hierarquias e seus irmãos de fé.


Não serão admitidos uniformes modelando o corpo do médium (agarrado).


De forma alguma, os médiuns masculinos incorporados por Guias
Femininos utilizam saias e outros adereços femininos.


Também observamos em muitos Templos a utilização de um pano branco no
pescoço (conhecido como “tolha de cabeça”), que serve tanto para
“bater a cabeça”, quanto a cobrir a cabeça (por respeito) nas
incorporações de determinados Orixás. Nessas toalhas geralmente tem
pontos bordados, representativos das linhagens de trabalho do médium e
da casa que trabalha. Jamais deverá usar essas toalhas para enxugar
suor, nariz ou outra coisa qualquer que não se refira a
espiritualidade. Para isso é bom ter uma toalhinha branca, presa na
calça, utilizada somente para higiene.


Em nosso Templo, utilizamos um pano branco no pescoço, de
aproximadamente 40 cm de largura, por 1,50 m de comprimento, somente
para identificar que ali esta um Guia Espiritual incorporado, para
auxiliar a identificação tanto para os médiuns quanto para a
assistência. Esse pano é de tecido natural (preferencialmente algodão)
sem nenhum ponto bordado, para evitar abusos e vaidades.


Adotamos tão somente o bordado com o símbolo do Templo, do lado
esquerdo da túnica.


Quando os médiuns forem para os trabalhos espirituais no Templo, nunca
deverão sair de casa vestidos com o uniforme para que este não sofra
infestação de espécie alguma, de larvas astrais e mesmo mentais, pelos
lugares que passarem. Também pode ocorrer dos uniformes ficarem sujos
e amarrotados, demonstrando que o médium é desleixado e sem higiene. O
uniforme deverá estar impecavelmente limpo e passado.


Os uniformes utilizados durante os trabalhos espirituais devem ser
lavados em separado da roupa comum da casa, pelo fato de muitas vezes
estarem impregnados com larvas astrais e miasmas, adquiridos durante
os atendimentos.


É de bom alvitre que os médiuns se troquem ao sair do Templo. Se não
puder, ao chegarem em casa imediatamente retire o uniforme, evitando
sentar em sofás ou mesmo em camas


Coloque o uniforme de molho em uma solução de água com sal grosso,
para no outro dia, lavá-lo normalmente, e se possível utilizar um
germicida (cloro), e na última enxaguada colocá-lo de molho em uma
solução de água com seiva de alfazema. Depois de terminada a operação,
é importante secá-los ao sol, de preferência de manhã. Aos que morarem
em apartamento, deve-se colocá-los para secar bem junto da janela.


De vez em quando, os médiuns deverão fazer uma revisão em seu
vestuário religioso, observando se não estão encardidos, descosturados
ou mesmo rotos.


Observar também a devida feitura da barra das calças, deixando na
altura correta evitando dobrá-las, pois demonstra desleixo.


Os uniformes utilizados nos Templos, jamais devem ser usados para
outro fim a não ser o religioso.


Em dias de atendimento ao público, os médiuns deverão utilizar o
uniforme completo (túnica e calça). Um Giras fechadas (desenvolvimento
ou mesmo outras atividades onde estarão somente os médiuns), poderão
ao invés da túnica, usar uma camiseta com o símbolo do Templo.


Cada vez mais, nos rituais de Umbanda, busca-se a praticidade,
abandonando-se velhas “tradições”, que ainda perpetuam adaptadas,
imitando o Candomblé, de se adotar roupas e cores específicas aos
Orixás incorporados. Bem como o de alguns Templos de Umbanda, que nas
giras específicas, como por exemplo, na Gira de Caboclos usarem a cor
verde e cocares,; nas giras de Baianos os tradicionais chapéus de
couro e cartucheiras; nas giras de Boiadeiros o gibão e esporas; nas
giras da Guardiões roupas extravagantes, pretas e vermelhas, (ou sem
roupa (sic)), etc.


Em todos os trabalhos mediúnicos na Umbanda a roupa utilizada deve ser
branca.


Em trabalhos espirituais, o médium umbandista deve abolir totalmente o
uso de enfeites e apetrechos desnecessários, que caracterizam o
pretenso regionalismo da entidade espiritual quando encarnada. Não
devemos nos esquecer, que os espíritos não têm vaidade; fora a roupa
branca e simples, todo o resto é fruto da mente e da vaidade do médium
e não do Guia Espiritual.


Outra coisa que achamos ser de muita valia, seria um “porta objetos de
uso”, que seria, ao invés de uma sacolinha que geralmente fica no
chão, uma maleta, tipo de guardar ferramentas, de plástico, com o nome
do médium na lateral. Facilita e em muito, pois nessa maleta cabem
muitas coisas que geralmente o médium utiliza em seus rituais, bem
como tudo o que o Guia Espiritual necessita. Essa maleta, geralmente
ficaria encostada na parede, dentro do Congá e quando um Guia
Espiritual necessitasse de alguma coisa, o cambono identificaria
rapidamente a maleta do médium, e pegaria o que se necessita. É
pratico limpo e de fácil manuseio.


A Umbanda caminha para a unificação, pois hoje é sabido que mais
importante que a vestimenta, que é a apresentação externa é a condição
interna, moral e fé dos filhos e dos sacerdotes.

Trecho extraído do livro: O ABC do Servidor Umbandista – Pai Juruá

Os 10 Mandamentos da Umbanda

3. 1)Trabalhamos exclusivamente visando o bem, a caridade e a evolução espiritual de todos.

2)A Umbanda não faz despacho em encruzilhadas, não faz matança de animais, não suja a natureza, não cobra consultas e trabalhos, não faz trabalho de "amarração"!

3)Não temos feituras de cabeça, raspagens, camarinhas, roncó, corpo fechado, ebós, orunkô, feitura de santo, bascos, firmo de nação, etc.

4)As sessões obedecem a horários pré-estabelecidos, para início e término.

5)Nas sessões ou em rituais fechados de Umbanda não há abate de animais ou de qualquer outro ser vivo.

6)As oferendas aos guias, ou entidades menores, são realizadas em locais determinados normalmente junto a natureza, ou reinos apropriados, ou até mesmo dentro do próprio terreiro quando é possível. Lembrando sempre de deixar o local limpo como foi encontrado. Somos absolutamente contra, por exemplo, acender velas perto de árvores (risco de incêndio) ou numa pedra (sujeira da cera). Nós amamos a natureza e as suas energias, como podemos sujar os locais sagrados para nós?
7)Na Umbanda a vestimenta básica é toda branca em todas as giras.

8)Não há retribuições financeiras por trabalhos executados, consultas, ou o que quer que seja.

9)A ascensão ao sacerdócio na Umbanda, se faz através do tempo, da propriedade individual, da constância, dedicação, estudo e seriedade com que o médium se propõe a caridade. O trabalho e o tempo, a dedicação e o estudo profundo é que fazem a firmeza do médium. E tudo isto não acontece de uma hora para outra.

10)A prática religiosa deve ser realizada em locais específicos, nos centros. Não aprovamos e não permitimos atendimentos nem na residência do médium ou em qualquer outro local, sem a devida vênia e conhecimento da FEDERAÇAO ou seja em Terreiros Filiados