sábado, 19 de fevereiro de 2011

ESTIMENTAS NA UMBANDA


São palavras textuais de Zélio de Moraes (médium do senhor Caboclo das
Sete Encruzilhadas, iniciador da Umbanda, em 1.908):


• Capacetes, espadas, adornos, vestimentas de cores, rendas e lamês
não são aceitos nos Templos que seguem a sua orientação. O uniforme é
branco, de tecido simples.


No inicio, as vestimentas das mulheres eram pouco práticas (utilizavam
vestidos). A Umbanda atualmente utiliza-se de vestimentas práticas e
confortáveis.


Observa-se a total predominância do branco, pois essa cor é
irradiante, não absorvendo, pois as energias negativas tanto de
ambientes quanto de pessoas, bem como é uma cor que simboliza limpeza,
higiene, pureza, paz, humildade, simplicidade, além de propiciar aos
médiuns uma sensação de “leveza”. Tudo deve ser simples, com conforto
e praticidade. Lembre-se que os Guias Espirituais são humildes,
portanto, desprovidos de vaidade.


Quanto ao tipo de vestimenta, também se requer comodidade. Não
observamos nos dias atuais, no culto Umbandista, roupas específicas às
linhas de trabalho, muitas vezes excêntricas e coloridas, e sim,
roupas uniformizadas que são utilizadas tanto nas incorporações de
Orixás, Guias Espirituais ou Guardiões. Basicamente observamos o
seguinte:


Médiuns masculinos: Túnica e calça branca de algodão (por ser este
tecido natural, obtido através da flor do algodão e favorecer uma
transpiração adequada), sem bolso, e geralmente fechado com botões até
a altura do pescoço. A túnica deve ter o comprimento aproximado de um
palmo acima do joelho. A calça, por comodidade e praticidade, não
deverá ter bolsos atrás, mas sim, dispostos nas laterais, um palmo
acima dos joelhos (pode-se guardar qualquer objeto sem medo de
amarrotar).


Médiuns femininos: Os mesmo utilizados acima, exceto que nas
incorporações de Guias Espirituais tais como: Pretas Velhas, Baianas,
Boiadeiras, Ciganas, e Guardiãs pode-se utilizar saias longas e
levemente rodadas, mas, simples e brancas (quando da incorporação
dessas entidades, a médium já deverá ter a saia em mãos e colocá-las
por cima da calça, dentro do ambiente de trabalho, um pouco antes da
vinda das Entidades Espirituais, não havendo a necessidade de sair
para trocar-se).


Outra coisa importante é o uso de turbantes, simples, por parte das
mulheres. Os homens também utilizam uma cobertura para a coroa, do
tipo que os judeus ou os muçulmanos utilizam (conhecidos como quipá).
O uso dessas coberturas se faz necessária pelo fato dos médiuns não
necessitarem ir a um cabeleireiro ante de ir trabalhar no Templo
(vaidade) e também proteger a sua coroa (chacra coronal) da possível
infestação de alguns tipos de bactérias espirituais, oriundas dos
atendimentos. Agora, o mais importante é que com a cabeça coberta,
todos somos iguais perante Deus, Suas Hierarquias e seus irmãos de fé.


Não serão admitidos uniformes modelando o corpo do médium (agarrado).


De forma alguma, os médiuns masculinos incorporados por Guias
Femininos utilizam saias e outros adereços femininos.


Também observamos em muitos Templos a utilização de um pano branco no
pescoço (conhecido como “tolha de cabeça”), que serve tanto para
“bater a cabeça”, quanto a cobrir a cabeça (por respeito) nas
incorporações de determinados Orixás. Nessas toalhas geralmente tem
pontos bordados, representativos das linhagens de trabalho do médium e
da casa que trabalha. Jamais deverá usar essas toalhas para enxugar
suor, nariz ou outra coisa qualquer que não se refira a
espiritualidade. Para isso é bom ter uma toalhinha branca, presa na
calça, utilizada somente para higiene.


Em nosso Templo, utilizamos um pano branco no pescoço, de
aproximadamente 40 cm de largura, por 1,50 m de comprimento, somente
para identificar que ali esta um Guia Espiritual incorporado, para
auxiliar a identificação tanto para os médiuns quanto para a
assistência. Esse pano é de tecido natural (preferencialmente algodão)
sem nenhum ponto bordado, para evitar abusos e vaidades.


Adotamos tão somente o bordado com o símbolo do Templo, do lado
esquerdo da túnica.


Quando os médiuns forem para os trabalhos espirituais no Templo, nunca
deverão sair de casa vestidos com o uniforme para que este não sofra
infestação de espécie alguma, de larvas astrais e mesmo mentais, pelos
lugares que passarem. Também pode ocorrer dos uniformes ficarem sujos
e amarrotados, demonstrando que o médium é desleixado e sem higiene. O
uniforme deverá estar impecavelmente limpo e passado.


Os uniformes utilizados durante os trabalhos espirituais devem ser
lavados em separado da roupa comum da casa, pelo fato de muitas vezes
estarem impregnados com larvas astrais e miasmas, adquiridos durante
os atendimentos.


É de bom alvitre que os médiuns se troquem ao sair do Templo. Se não
puder, ao chegarem em casa imediatamente retire o uniforme, evitando
sentar em sofás ou mesmo em camas


Coloque o uniforme de molho em uma solução de água com sal grosso,
para no outro dia, lavá-lo normalmente, e se possível utilizar um
germicida (cloro), e na última enxaguada colocá-lo de molho em uma
solução de água com seiva de alfazema. Depois de terminada a operação,
é importante secá-los ao sol, de preferência de manhã. Aos que morarem
em apartamento, deve-se colocá-los para secar bem junto da janela.


De vez em quando, os médiuns deverão fazer uma revisão em seu
vestuário religioso, observando se não estão encardidos, descosturados
ou mesmo rotos.


Observar também a devida feitura da barra das calças, deixando na
altura correta evitando dobrá-las, pois demonstra desleixo.


Os uniformes utilizados nos Templos, jamais devem ser usados para
outro fim a não ser o religioso.


Em dias de atendimento ao público, os médiuns deverão utilizar o
uniforme completo (túnica e calça). Um Giras fechadas (desenvolvimento
ou mesmo outras atividades onde estarão somente os médiuns), poderão
ao invés da túnica, usar uma camiseta com o símbolo do Templo.


Cada vez mais, nos rituais de Umbanda, busca-se a praticidade,
abandonando-se velhas “tradições”, que ainda perpetuam adaptadas,
imitando o Candomblé, de se adotar roupas e cores específicas aos
Orixás incorporados. Bem como o de alguns Templos de Umbanda, que nas
giras específicas, como por exemplo, na Gira de Caboclos usarem a cor
verde e cocares,; nas giras de Baianos os tradicionais chapéus de
couro e cartucheiras; nas giras de Boiadeiros o gibão e esporas; nas
giras da Guardiões roupas extravagantes, pretas e vermelhas, (ou sem
roupa (sic)), etc.


Em todos os trabalhos mediúnicos na Umbanda a roupa utilizada deve ser
branca.


Em trabalhos espirituais, o médium umbandista deve abolir totalmente o
uso de enfeites e apetrechos desnecessários, que caracterizam o
pretenso regionalismo da entidade espiritual quando encarnada. Não
devemos nos esquecer, que os espíritos não têm vaidade; fora a roupa
branca e simples, todo o resto é fruto da mente e da vaidade do médium
e não do Guia Espiritual.


Outra coisa que achamos ser de muita valia, seria um “porta objetos de
uso”, que seria, ao invés de uma sacolinha que geralmente fica no
chão, uma maleta, tipo de guardar ferramentas, de plástico, com o nome
do médium na lateral. Facilita e em muito, pois nessa maleta cabem
muitas coisas que geralmente o médium utiliza em seus rituais, bem
como tudo o que o Guia Espiritual necessita. Essa maleta, geralmente
ficaria encostada na parede, dentro do Congá e quando um Guia
Espiritual necessitasse de alguma coisa, o cambono identificaria
rapidamente a maleta do médium, e pegaria o que se necessita. É
pratico limpo e de fácil manuseio.


A Umbanda caminha para a unificação, pois hoje é sabido que mais
importante que a vestimenta, que é a apresentação externa é a condição
interna, moral e fé dos filhos e dos sacerdotes.

Trecho extraído do livro: O ABC do Servidor Umbandista – Pai Juruá

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